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Perigos para as crianças no mundo virtual
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Perigos para as crianças no mundo virtual

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20/10/2016
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A revista Pediatrics publicou sua política comentada sobre os impactos da violência na mídia sobre as crianças, incluindo comportamento agressivo e vitimização.

A violência virtual – violência vivida através de meios ou tecnologias realistas – é um componente inevitável da vida das crianças hoje em dia, e as pesquisas mostram que, sem orientação ou controle, esta vivência tem o poder de tornar as crianças mais agressivas, violentas e com medo.

A Academia Americana de Pediatria (AAP) publicou uma declaração de sua política “Violência Virtual” na edição de agosto da Pediatrics analisando as evidências dos impactos da violência virtual de crianças e oferecendo orientação aos pais, produtores de mídia e pediatras. Num comentário relacionado publicado na mesma edição, se expande sobre os impactos das mídias sociais, smartphones e aplicativos como o Instagram e o YouTube sobre violência virtual e adolescentes.

A Academia Americana de Pediatria segue preocupada com o impacto que a violência virtual tem sobre as crianças e sabe que os pais também estão preocupados, porque é uma questão que nós, pediatras, muitas vezes recebemos durante as consultas.

A violência na mídia é muito comum. No ano de 2000, cada filme classificado para adolescentes continha violência, assim como 60% dos programas de televisão em horário nobre, de acordo com um estudo publicado no JAMA. A avaliação abrangente da violência na tela, em 1998, estimava-se que no ensino médio uma criança típica teria visto 8.000 assassinatos e 100.000 outros atos de violência, incluindo estupro e agressão.

Com o advento dos smartphones e aplicativos como Snapchat e Instagram, as crianças podem capturar, visualizar e compartilhar atos violentos de maneiras que são novas para as gerações anteriores, o que é relatado no trabalho “A evolução da violência virtual: como as telas móveis fornecem janelas para a violência real”.

Quase três em cada quatro adolescentes têm acesso a um smartphone, seja nos EUA ou no Brasil, e a exposição à violência do mundo real através destes dispositivos, muitas vezes sem o conhecimento ou o controle parental, pode criar sentimentos de angústia, vitimização e até mesmo medo.

As câmeras de smartphones portáteis podem expor os jovens para a violência do mundo real, que é fundamentalmente diferente do que a violência simulada descrita em fontes tradicionais de mídia, como a televisão, filmes ou jogos de videogame. Este acesso à violência do mundo real pode resultar em emoções e comportamentos complexos em jovens que variam de acordo com a família, comunidade ou grupo cultural com os quais os jovens se identificam.

Leia também: Cyberbullying, agora que vem o pior

Atualizado em 27 de setembro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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