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É uma pena que tenhamos de dedicar um dia ao combate à obesidade, já que este problema é tão imenso que precisaríamos dos 365 dias do ano para elaborar, estabelecer e promover programas de prevenção ao excesso de peso e obesidade na infância e adolescência.
Nos últimos anos, a combinação de excesso de peso e obesidade tem avassalado o mundo de tal forma que, mesmo com os milhões de dólares e todas as moedas locais, não conseguimos estancar o aumento contínuo desta condição.
Todos sabemos que a chave para o processo é a mudança do estilo de vida, especialmente a modificação do padrão alimentar e da atividade física, estabelecendo condições essenciais para um ambiente saudável, e que tenha todas as características de proteção contra o assédio interno e externo (bullying).
No entanto, eu já escrevi anteriormente em um texto para a minha coluna na seção Letra de Médico, da Veja, que falar é muito fácil, estabelecer as mudanças e que é complexo.
Sair da estagnação, comendo muito e de forma equivocada, e da inércia para a atividade física é um dos maiores desafios para pediatras, educadores e todos os profissionais da área de saúde e de projetos governamentais ou de outras entidades.
Um dos aspectos principais relacionados à prevenção do excesso de peso e obesidade é o papel da família. Os pais, familiares e, de forma expandida, todo o entorno familiar e o ambiente em que a criança vive, são fatores de associação com o sucesso para esse tipo de problema.
Com o aumento da obesidade em todo o mundo, em muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento, já temos que a maioria da população tem excesso de peso, gerando riscos para si mesmos e para as gerações futuras.
Cada vez mais, casais com excesso de peso, sedentários e com má qualidade alimentar geram crianças com excesso de peso futuro. Para rompermos estes ciclos de aprofundamento da crise, podemos estabelecer algumas medidas para o papel das famílias: a prevenção da obesidade infantil por meio do envolvimento familiar.
Padrões de alimentação saudável: as famílias podem promover hábitos alimentares saudáveis fornecendo refeições e lanches nutritivos em casa. Isso inclui a incorporação de uma grande variedade de frutas, legumes, grãos integrais e proteínas com pouca gordura.
Atividade física regular: incentivar as crianças a se envolverem em atividades físicas regulares é essencial para prevenir a obesidade. As famílias podem participar de atividades físicas conjuntas, como caminhar, andar de bicicleta ou praticar esportes. Limitar o tempo de tela e incentivar brincadeiras ao ar livre também promovem um estilo de vida ativo.
Ambiente de apoio: criar um ambiente favorável em casa envolve abastecer a cozinha com opções de alimentos saudáveis e limitar o acesso a bebidas açucaradas (refrigerantes e sucos artificiais) e lanches de alto teor calórico. Dar exemplos positivos, fazendo escolhas saudáveis e evitando comentários negativos sobre o peso corporal, e promover uma atitude saudável em relação à alimentação.
Refeições em família: fazer as refeições em família oferece uma oportunidade de modelar comportamentos alimentares saudáveis e promover uma dinâmica familiar positiva. Pesquisas sugerem que refeições regulares em família estão associadas a padrões alimentares mais saudáveis e a menores índices de obesidade.
Apoio emocional: fornecer apoio emocional a crianças e adolescentes é fundamental para o bem-estar geral e pode ajudar a prevenir a obesidade. Incentivar a imagem corporal positiva e a autoestima, juntamente com a comunicação franca e aberta sobre saúde e nutrição, pode capacitá-los a fazerem escolhas saudáveis.
Fontes:
O Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares (CENDA) do Instituto PENSI está preparado para receber crianças e adolescentes com excesso de peso e alterações alimentares, tanto para prevenção quanto para tratamento multiprofissional.