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A marcha e a criança
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A marcha e a criança

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31/03/2015
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Que criança nunca brincou de “marcha soldado” ao menos uma vez na sua vida? Que não foi policial, bombeiro e soldado? Que não fez chapéu de jornal e marchou feliz? Certamente a marcha faz parte de nossas brincadeiras infantis e é essencial para o desenvolvimento motor. Mas o que é exatamente a marcha? Por que ela é tão importante?

A marcha é um sequência repetitiva de movimentos de membros inferiores (pernas), que move o corpo para frente enquanto, simultaneamente, mantém a estabilidade no apoio. Na marcha, um membro atua como um suporte que gera o movimento, sempre em contato com o solo, enquanto o outro avança no ar. Os movimentos são cíclicos e esses membros vão alternando suas ações a cada passo.

O desenvolvimento motor normal da criança é totalmente perceptível. A aquisição da marcha decorre da evolução das várias etapas desde seu nascimento: rolar, sentar com e sem apoio, arrastar, engatinhar, permanecer em pé, andar com e sem apoio até que a criança adquira a habilidade íntegra de caminhar de forma bipedal, isto é, locomoção sobre dois pés. O início da marcha independente é considerado normal, segundo especialistas, até a idade de 18 meses.

O ciclo da marcha é dividido em duas fases, conhecidas como: fase de apoio e fase de balanço. No início, a criança mantém suas pernas mais afastadas para aumentar o equilíbrio, assim como os joelhos e quadris levemente flexionados. Os braços geralmente ficam abertos à frente do corpo. Para que a criança desenvolva o andar e possa fazer uma marcha perfeita faz-se necessário ganhar confiança. Até que o movimento esteja automatizado e confiante para a criança, ela costuma “correr”, como dizem muitos pais, mas na verdade é porque a criança acelera o movimento aéreo para evitar o desequilíbrio. Entre as idades de 1 e 3 anos, essa marcha, portanto, possui mais passos por minuto do que a executada por uma criança de 5 anos, por exemplo. Esse ritmo vai diminuindo com o processo de maturação do sistema nervoso central, permitindo uma maior coordenação dos movimentos. Aos poucos a marcha vai ficando mais específica e refinada. Exige da criança uma integração entre membros superiores e inferiores, entre os lados direito e esquerdo, entre o frente e trás, entre o “em cima” e “em baixo”.

É normal que qualquer alteração na marcha das crianças seja um motivo de preocupação constante para os pais. O correto conhecimento do padrão de marcha normal permite o diagnóstico e tratamento precoce de qualquer patologia que possa prejudicar ou dificultar a marcha da criança. Por isso, a análise de um ortopedista é de suma importância para o correto acompanhamento e detecção de possíveis patologias. É válido lembrar que o desenvolvimento da criança é pessoal, único e intransferível. Não é necessário acelerar, mas sim, estimular de maneira correta e divertida.

Leia também: A importância do engatinhar

Por Maria Helena S. Castro, psicomotricista, atua com crianças que têm dificuldade neuromotora

Atualizado em 30 de julho de 2024

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