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Todos sabemos das desigualdades existentes no Brasil e que com a pandemia isso foi exposto de maneira nua e crua pelas imagens de TV. Para minimizar o impacto social nas camadas mais pobres da população o governo federal criou o auxílio emergencial de R$ 600 distribuído a partir de abril. Os dados mostram que esta ação evitou que 5,6 milhões de crianças de zero a 13 anos passassem para debaixo da linha de extrema pobreza no Brasil durante a pandemia, segundo os cálculos realizados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid, do IBGE, 2,27 milhões de crianças estavam abaixo da linha de extrema pobreza em maio, e se retirado o auxílio emergencial da renda dessas famílias, o total de crianças abaixo da linha de extrema pobreza subiria para 7,9 milhões. O auxílio emergencial contribuiu para evitar o aumento da miséria não apenas entre crianças, mas da população em geral, mas seus efeitos foram proporcionalmente maiores, porém, entre as famílias com crianças.
Num momento em que o governo ainda não oficializou a forma como pretende manter o auxílio emergencial, o reflexo positivo do programa de distribuição de renda durante a pandemia reforçou a discussão entre especialistas sobre a importância de um programa de transferência de recursos com critério de pobreza infantil.
Nossa Fundação por decisão de seu Conselho Superior, decidiu colocar uma verba de R$ 1 milhão até o final do ano em ações de ajuda humanitárias e de ajuda social para pessoas e famílias. Desde o final de março, em parceria com a Fundação Tide Setúbal, Fundação Abrinq, Gerando Falcões, Associação Rainha da Paz, Missão Belém, Confederação das Misericórdias do Brasil, Anjos da Noite estas duas últimas que trabalham com moradores de rua. Através de projetos como “Enfrente”,” Família apoia família” e “Covid no paredão”.
Apoio a 1.500 famílias da região do extremo sul da capital. Entrega de cesta básica com itens de limpeza e higiene. Distribuição de cestas básicas via a rede organizações parceiras, no interior do Brasil de 2300 cestas. Produção de uma séria de 10 vídeos na linguagem da “quebrada”, feita localmente, com informações sobre acesso a benefícios sociais e prevenção, “Papo Reto Covid”.
Apoio aos cuidados dos moradores de rua acolhidos na Casa da Sé. O recurso foi usado para remunerar profissionais de saúde, aquisição de insumos médicos e eletrodomésticos para ampliação da capacidade de atendimento e alimentação aos moradores de rua do centro da cidade de São Paulo. Ajuda com EPIs para os hospitais das Misericórdias do Brasil, Santa Casa de SP e hospital Municipal Tide Setúbal em SP.
Como todas estas ações de caráter assistencial a Fundação José Luiz Egydio Setúbal acredita que mesmo saindo de seu escopo de fazer pesquisa, ensino e assistência em saúde infantil, ela cumpre seu papel social como fundação e colabora para a saúde das crianças como fica claro no impacto do fundo emergencial em retirar as crianças da faixa de extrema pobreza.
Termino com uma frase da Madre Tereza de Calcutá que cito muito em minhas falas sobre filantropia e que creio que seja pertinente neste momento: “Sei que o que eu faço é uma gota de água no oceano. Mas sem esta gota, o oceano seria menor”.
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