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No final de outubro a Food and Drug Administration (FDA), agência de regulação americana semelhante à ANVISA brasileira, disse que a vacina contra a covid-19 da Pfizer Inc. e BioNTech SE atendeu aos critérios da agência para respostas imunológicas em um estudo em crianças de 5 a 11 anos.
Em um relatório divulgado no dia 22/10, a agência disse que existe risco de doenças cardíacas, incluindo miocardite associada à vacina, mas que os benefícios gerais, na prevenção da doença por covid-19 e hospitalizações, superariam o risco de doenças cardíacas.
A agência também confirmou os dados, que as empresas haviam divulgado no início do dia, mostrando que a vacina foi 91% eficaz na prevenção da covid-19 sintomática em um estudo com crianças nessa faixa etária, informação que que as autoridades de saúde provavelmente levarão em consideração ao avaliarem se autorizar as vacinas para uso na população infantil abaixo de 12 anos.
O risco de covid-19 grave é muito menor em crianças do que em adultos. Mesmo assim, O Brasil registrou 3.561 mortes de crianças e adolescentes de até 19 anos por covid-19 desde o início do surto, em março de 2020. Destes, 326 eram bebês de até 1 ano de idade. Com isso, o país é o segundo com mais mortes de crianças pelo coronavírus no mundo, atrás apenas dos Peru, em termos proporcionais. Em 2020, foram 1.203 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Já em 2021, foram 2.293. Também 65 mortes foram notificadas por Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P); uma manifestação agressiva do vírus em crianças.
A vacinação também pode ajudar a prevenir que as crianças transmitam o vírus, de acordo com muitos especialistas em saúde.
A Pfizer e a BioNTech disseram em setembro que sua vacina foi geralmente bem tolerada e induziu fortes respostas imunológicas em um estudo com quase 2.270 crianças de 5 a 11. Cada criança recebeu duas doses com intervalo de três semanas, e cada injeção continha um terço da dosagem usada para adolescentes e adultos.
A vacina induziu níveis de anticorpos neutralizantes em crianças mais novas, comparáveis aos observados em pessoas com idades entre 16 e 25 anos, que serviram como grupo de controle no estudo, disseram as empresas.
Resta para nós brasileiros que a Pfizer e a BioNTech peça registro da pesquisa e autorização à ANVISA para aplicar a vacina em crianças de 5 a 12 anos, e que o Plano Nacional de Imunizações (PNI) adote esta medida para que nossas crianças acima de 5 anos também possam ser vacinadas.
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