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Hoje em dia é muito comum bebês com prematuridade extrema sobreviverem. Não foi sempre assim. Quando eu estudava pediatria, há 30 anos, poucos recém-nascidos com menos de 1,5kg sobreviviam.
Com os avanços dos equipamentos de UTI desenvolvidos para crianças pequenas e um arsenal de drogas, além de um melhor conhecimento da fisiologia destes bebês, a situação mudou.
Como se saíram estes bebês nascidos com menos de 1kg, com prematuridade extrema, em testes cognitivos e acadêmicos quando atingiram a adolescência? Estas crianças foram mais fortemente influenciadas por complicações médicas do que os bebês nascidos a termo.
O estudo “Biological and Social Influences on Outcomes of Extreme-Preterm/Low-Birth Weight Adolescents” analisou 298 sobreviventes nascidos com menos de 28 semanas de gestação ou com peso inferior a 1.000 gramas em Victoria, Austrália, entre 1991 e 1992, junto com um grupo de 262 crianças com peso normal ao nascer.
A capacidade cognitiva foi medida aos 2, 5, 8 e 18 anos, e o desempenho acadêmico foi avaliado em idades entre 8 e 18. Estudos anteriores mostraram que os eventos biológicos, tais como complicações decorrentes da prematuridade, têm um efeito de diminuição nos escores cognitivos. Mas os pesquisadores australianos descobriram associações grandes e duradouras com as pontuações cognitivas das crianças e progresso acadêmico.
As diferenças entre os grupos pré-termo e de controle dos escores cognitivos e acadêmicos permaneceram relativamente constantes ao longo do tempo. As variáveis biológicas mais associadas com piores resultados no grupo de prematuros extremos foram hemorragia intraventricular e corticoterapia pós-natal por problemas respiratórios graves.
Das variáveis sociais, a criança criada em um lar multilíngue foi desvantajoso, com classe social e escolaridade materna se tornando mais importante para os resultados posteriores.
As conclusões, ao contrário das expectativas, é que várias exposições biológicas perinatais tiveram associações adversas grandes e persistentes com resultados cognitivos e acadêmicos entre os prematuros extremos sobreviventes. Como esperado, algumas variáveis sociais assumiram uma importância crescente nos últimos anos, mas a maioria não diminuiu ou excedeu as associações biológicas importantes.
Apesar da melhora na sobrevida, os resultados das consequências persistem por muitos anos. Vamos acompanhar a melhora das crianças da atualidade só daqui a 15 a 20 anos.
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Fonte: Pediatrics, November 2015. Biological and Social Influences on Outcomes of Extreme-Preterm/Low-Birth Weight Adolescents
Lex W. Doyle, Jeanie L.Y. Cheong, Alice Burnett, Gehan Roberts, Katherine J. Lee, Peter J. Anderson, for the Victorian Infant Collaborative Study Group
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais
Atualizado em 30 de agosto de 2024