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A música está cada vez mais presente em nossa vida, basta andar pelas ruas e ver a quantidade enorme de pessoas que andam com fones de ouvidos. Os efeitos benéficos da música sobre a saúde mental são conhecidos há milhares de anos. Basta ver alguns exemplos disso nosso dia a dia: as crianças na escola usam a música para memorizar o alfabeto ou números, lojas colocam música para atrair os consumidores, dentistas tocam música para acalmar pacientes nervosos, etc. A pesquisa cientifica moderna suporta a sabedoria popular de que a música beneficia o humor e a confiança.
Devido às nossas experiências únicas, desenvolvemos diferentes gostos musicais e preferências. Apesar dessas diferenças, existem algumas respostas comuns à música. Bebês adoram o canto da mãe, que é particularmente calmante, não importa quais sejam os talentos de sua mãe. Por outro lado, há certos tipos de música que fazem com que quase todos se sintam piores, mesmo quando alguém diz que gosta. Em um estudo com adultos e adolescentes ouvindo quatro tipos diferentes de música, a música “grunge” induziu aumentos significativos na hostilidade, tristeza, tensão e fadiga entre todo o grupo, mesmo em adolescentes que disseram que gostaram da música. Em outro estudo, estudantes da universidade relataram que pop, rock, música clássica os ajudou a se sentir mais feliz e mais otimista, amigável, relaxado e tranquilo.
A música pode ser usada em crianças para ajudar a memorizar e a melhorar a atenção, por isso muitos professores a utiliza como ferramenta de aprendizagem. As pesquisas científicas mostram que sincronizar a música com ritmo e tom melhora a aprendizagem e a memória. Além disso, a música é tão eficaz na redução da ansiedade, que muitas vezes é usada em ambientes odontológicos, pré-operatórios e de radioterapia para ajudar os pacientes a resolver suas preocupações sobre os procedimentos.
No Sabará Hospital Infantil utilizamos muito a música como um modo de diminuir o estresse das crianças internadas, de suas famílias e do próprio corpo de funcionários do hospital. Uma análise de cinco estudos sobre música para depressão concluiu que a musicoterapia não é apenas aceitável para pacientes deprimidos, mas na verdade ajuda a melhorar seu humor. A música tem se mostrado útil para ajudar pacientes com condições médicas graves, como câncer, queimaduras e esclerose múltipla, que em muitos casos também estão deprimidos. Se você puder ajudar nestas situações, você será capaz de ajudar não só seus entes queridos como a si mesmo a experimentar humores mais positivos.
Muitas pessoas ouvem música reconfortante para ajudá-los a adormecer, esta prática é apoiada por estudos em vários ambientes. Pais e mães cantam canções de ninar há séculos e muitas vezes cantam para acalmar seus filhos em situações de perigo ou medo. A música é sempre um motivo para se unir em família ou em grupo e como se diz: “quem canta, seus males espanta”. Desde os tempos antigos, sabe-se que certos tipos de música podem ajudar a acalmar e pode reduzir significativamente a irritabilidade e promover a calma nos ambientes. Por outro lado, cada pai de adolescente sabe que certos tipos de música, principalmente, com volume muito alto, podem induzir o estresse. Saber que certos tipos de música podem aliviar o estresse é uma coisa, ter cuidado em escolher que tipo de música ouvir é outra. Escolha sua música tão cuidadosamente quanto você escolhe sua comida e seus amigos.
Aproveite agora que leu este artigo e procure seus filhos e amigos para uma sessão de música para alegrar o ambiente e começar bem o ano. Um feliz 2020 com muita música no ar!
Fonte: Mental Health, Naturally: The Family Guide to Holistic Care for a Healthy Mind and Body (Copyright © 2010 American Academy of Pediatrics)