PESQUISAR

Sobre o Centro de Pesquisa
Sobre o Centro de Pesquisa
Residência Médica
Residência Médica
Traumatismo Craniano Abusivo causa lesões ao longo da vida
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Google Plus Compartilhar pelo WhatsApp
Traumatismo Craniano Abusivo causa lesões ao longo da vida

Traumatismo Craniano Abusivo causa lesões ao longo da vida

16/12/2014
  5902   
  0
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Google Plus Compartilhar pelo WhatsApp

Quando ouvimos falar de violência doméstica e de abusos sobre crianças, pensamos sempre nas populações mais carentes e menos informadas. Infelizmente isto não é a realidade. Tanto no Brasil, onde sou testemunha de casos semanais atendidos no Hospital Infantil Sabará (um hospital da rede de medicina suplementar que atende pacientes de classe média e alta da cidade de São Paulo), como nos EUA, Europa, Ásia etc, como se pode ler nos jornais e ver no noticiário de TV quase que diariamente.

Milhares de crianças e bebês sofrem traumatismo craniano a cada ano devido à agitação de bebês ou abuso físico devido à violência infantil. Muitas vítimas morrem, enquanto as outras crianças ficam deficientes para o resto da vida. Um artigo da revista Pediatrics de dezembro de 2014 quantificou o grau dessas lesões pelo cálculo dos anos de vida perdidos por morte prematura, além dos anos de vida produtiva perdidos por sobreviventes devido à deficiência e menor qualidade de vida.

Para o estudo “Disability-Adjusted Life-Year Burden of Abusive Head Trauma at Ages 0–4”, os pesquisadores utilizaram dados de mortalidade para calcular que 334 crianças morreram em 2009 devido a traumatismo craniano abusivo.

Para avaliar o nível de deficiência entre os sobreviventes de traumatismo craniano abusivo, pesquisadores entrevistaram os cuidadores ou pediatras de 170 crianças feridas para aprender como as lesões afetaram o funcionamento neurológico delas. Os pesquisadores descobriram que o traumatismo craniano abusivo deixou 57% das crianças cegas ou parcialmente cegas. A gravidade dos ferimentos foi leve em 15,9% dos casos; moderada em 13,5% dos casos e grave em 70,6% dos casos. 23% das crianças necessitaram de um tubo de alimentação.

Os autores do estudo concluem que o traumatismo craniano abusivo é debilitante. Mais da metade dos sobreviventes gravemente feridos morrerão antes de 21 anos de idade, e aqueles que sobrevivem a uma lesão grave têm uma redução de 55% na saúde relacionada com qualidade de vida. Mesmo uma lesão abusiva com traumatismo craniano leve provoca deficiência que excede a de uma queimadura grave.

Como se vê, a realidade colocada em números é muito dura.

Leia também: A preocupação com a violência doméstica infantil

Fonte: Article Pediatrics dec -2014

Disability-Adjusted Life-Year Burden of Abusive Head Trauma at Ages 0–4

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para a atenção médica e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 18 de julho de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

deixe uma mensagem O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

posts relacionados

INICIATIVAS DA FUNDAÇÃO JOSÉ LUIZ EGYDIO SETÚBAL
Sabará Hospital Infantil
Pensi Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil
Autismo e Realidade

    Cadastre-se na nossa newsletter

    Cadastre-se abaixo para receber nossas comunicações. Você pode se descadastrar a qualquer momento.

    Ao informar meus dados, eu concordo com a Política de Privacidade de Instituto PENSI.