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Como prevenir o afogamento em crianças
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Como prevenir o afogamento em crianças

Como prevenir o afogamento em crianças

05/05/2021
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No Brasil, afogamento é a segunda causa de morte por causa externa entre crianças de 1 a 4 anos, segundo levantamento da Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático). Além disso, é a terceira causa de morte na faixa de 5 a 14 anos; e a quarta entre 15 e 19 anos. O local de maior ocorrência dos acidentes são os rios (54%), seguido das represas (34%). No Brasil, 12 pessoas morrem afogadas por dia.

Muitas dessas mortes de crianças pequenas ocorrem quando não se esperava que as crianças nadassem ou quando tivessem acesso imprevisto à água. As crianças são curiosas por natureza; é por isso que devemos implementar outras estratégias, como cercas de piscina e fechaduras.

A segunda faixa etária com maior risco de morte por afogamento são os adolescentes, crianças entre 10 e 19 anos se afogam. Os adolescentes podem ter excesso de confiança em suas habilidades de natação e são mais propensos a combinar o uso de álcool com a natação – aumentando significativamente o risco.

Entre as estratégias para proteger as crianças em cada fase de suas vidas, novos pais são aconselhados a ficarem vigilantes na hora do banho e a esvaziar todos os baldes e piscinas rasas imediatamente após o uso. Todas as crianças devem aprender a nadar assim que possível, e crianças e adolescentes devem usar coletes salva-vidas perto de corpos d’água abertos. Os adolescentes podem aprender medidas de primeiros socorros e outras habilidades de segurança na água.

A prevenção de lesões tem sido uma prioridade dos pediatras, e as iniciativas de saúde pública nos últimos 50 anos levaram a reduções dramáticas nas mortes por lesões relacionadas a acidentes com veículos motorizados, como o uso de cinto de segurança, cadeirinha para crianças, redução da velocidade e sistema de pontuação. Talvez pudéssemos pensar em políticas públicas e campanhas semelhantes para diminuir mortes por causas externas em crianças.

O afogamento continua sendo a terceira principal causa de morte não intencional relacionada a ferimentos entre crianças de 5 a 19 anos. Em 2017, quase 1.000 crianças morreram por afogamento e 8.700 visitaram o pronto-socorro de um hospital por causa de um evento de afogamento – com crianças e adolescentes em maior risco.

Pesquisas descobriram que aulas de natação são benéficas para crianças a partir de 1 ano de idade e podem reduzir as taxas de afogamento. Aprender a nadar é uma ótima atividade familiar. As famílias podem conversar com o pediatra sobre se o filho está pronto para o desenvolvimento das aulas de natação e, em seguida, procurar um programa que tenha instrutores experientes e bem treinados. O ideal é que os programas também ensinem ‘competência na água’ – a capacidade de sair da água se seu filho acabar na água inesperadamente.

Mesmo as melhores aulas de natação não podem tornar uma criança “à prova de afogamento”, então recomendamos fortemente que os pais tomem medidas que tornem o ambiente da criança mais seguro. Para casas com piscina, a medida de segurança mais importante é uma cerca de 4 lados que envolve completamente a piscina e a isola da casa.

Para os adolescentes e adultos, lembrem-se que bebidas não combinam com atividade na água, principalmente em rios, lagos e mar. Esportes aquáticos podem e devem ser feitos, mas procure realizar com os equipamentos de segurança apropriados.

Vale lembrar que uma criança pode se afogar muito rapidamente. No caso de bebês, o afogamento pode ocorrer com 3cm a 5cm de profundidade em uma banheira, por exemplo. Se a criança tiver menos de 4 anos, é fundamental ter sempre um adulto perto dela, de preferência dentro da água, ou ao alcance dos braços. Isso por que existem situações em que é preciso agir muito rápido.

Saiba mais:
https://www.sobrasa.org

Do que morrem as crianças no Brasil

Cuidados na piscina com a criança

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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