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Os desafios da Internet podem ser fascinantes para os adolescentes, que podem ser impulsivos e atraídos por comportamentos que chamam a atenção – especialmente nas mídias sociais. Alguns deles, como o do balde de gelo ou do manequim, podem ser atividades divertidas e positivas. Mas outros desafios que surgem na internet são perigosos e podem levar a danos permanentes.
Você já deve ter ouvido falar de tendências de mídia social, como os desafios do Tide pod, Benadryl, jogo de asfixia, “apagão”, rasteira, sal e gelo, sem falar no famoso baleia azul. Tudo isso pode causar ferimentos graves e envenenamentos, e alguns podem até ser fatais. Estar ciente desses desafios e entender por que eles atraem os adolescentes é importante para todos os pais.
Por que os adolescentes são suscetíveis aos desafios das mídias sociais?
Os cérebros dos adolescentes ainda estão em desenvolvimento. A parte do cérebro que lida com o pensamento racional, o córtex pré-frontal, não está totalmente desenvolvida até meados dos 20 anos. Isso significa que os adolescentes são, naturalmente, mais impulsivos e propensos a agir antes de pensar em todas as ramificações e consequências de suas ações.
Eles também estão em fase de autoafirmação perante o grupo e, muitas vezes, têm necessidade de mostrar que são capazes de fazer algo, de serem corajosos, audaciosos ou simplesmente de serem diferentes e se destacarem.
A mídia social recompensa o comportamento ultrajante e, quanto mais ultrajante, maior o direito de se gabar. É um ambiente de movimento rápido e impulsivo, e o medo de perder é real para os adolescentes. Esse ambiente contribui para a capacidade subdesenvolvida de um adolescente de pensar em suas ações e possíveis consequências.
As crianças ou os jovens não vão necessariamente parar para considerar que o sabão em pó é um veneno que pode queimar suas gargantas e danificar suas vias aéreas. Ou que o uso indevido de medicamentos como a difenidramina (Benadryl) pode causar sérios problemas cardíacos, convulsões e coma. O que eles vão focar é que um garoto popular na sala de aula fez isso e recebeu centenas de curtidas e comentários.
Como pai ou mãe, você pode ajudar seu filho adolescente a construir músculos intelectuais. Veja como:
Tome a iniciativa para uma conversa, pergunte aos seus filhos sobre os maiores desafios que eles ouviram em seu círculo de amigos. Pergunte, com calma e sem julgamentos, o que eles pensam sobre esses desafios. Fale sobre o que pode acontecer com alguém que aceita o desafio. Você ainda pode exercer suas opções parentais, como limitar o contato com certas crianças ou dificultar atividades específicas.
Se seu filho demonstrar interesse em participar de um desafio, use perguntas abertas para incentivá-lo a pensar em cada etapa do desafio. Peça-lhes que considerem o pior resultado. Peça-lhes que pensem por que fariam isso e se vale a pena. As curtidas e comentários valem horas no pronto-socorro?
Certifique-se quem são os “amigos” dos seus filhos nas redes sociais. Manter contato em suas plataformas de comunicação preferidas pode ajudá-lo a mantê-lo informado sobre o que acontece no dia a dia deles. Assista seus vídeos e stories para obter pistas sobre o que está acontecendo na escola e com seus amigos. Deixe seus filhos saberem que se você pagar pelo dispositivo e pela rede sem fio, eles terão que fazer amizade com você em troca.
Às vezes, as crianças estão mais dispostas a falar sobre seus colegas do que sobre si mesmas. Fazer perguntas sobre tendências escolares, amigos e modas pode render mais respostas do que perguntas diretas sobre suas próprias atividades. Não importa o que aconteça, é importante manter as linhas de comunicação abertas e evitar julgamentos. Em vez disso, discuta com calma os perigos dessas escolhas.
Enquanto crianças e adolescentes estão crescendo, aprendendo mais sobre a vida, amigos e o seu lugar no mundo, lembre-se de que seus cérebros ainda estão se desenvolvendo. Como pai, você pode ajudar a nutrir esse crescimento e ajudar seus adolescentes a desenvolverem um pensamento racional e ponderado – habilidades que continuarão a ser importantes nos próximos anos.
Fontes:
Council on Communications and Media (Copyright © 2018 American Academy of Pediatrics)
Saiba mais:
Atualizado em 24 de março de 2025