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Como já escrevi outras vezes, acredito que o termo canabinoide (Canabinoide é um termo genérico para descrever substâncias, naturais ou artificiais, que ativam os receptores canabinoides do tipo CB1 ou CB2. Englobam os fitocanabinoides, compostos encontrados na planta Cannabis ou a maconha) deveria ser usado ao invés de maconha medicinal. De qualquer maneira, o uso dessa substância sempre causa polêmica porque as pessoas associam a medicação à droga.
Um novo estudo publicado na edição de janeiro de 2018 da revista Pediatrics mostra a compilação de respostas de uma pesquisa realizada com quase 300 médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde oncológica pediátrica, incluindo aqueles elegíveis e não elegíveis para recomendar maconha medicinal, para determinar suas opiniões sobre o papel potencial da substância para tratar câncer e seus sintomas em crianças.
O estudo “Perspectivas dos fornecedores de uso de maconha medicinal em crianças com câncer” mostra que a maioria dos profissionais de saúde oncológica pediátrica está disposta a considerar o uso de maconha medicinal em crianças com câncer, particularmente para aquelas com doença avançada. No entanto, os profissionais de saúde que eram elegíveis para prescrever a maconha medicinal demonstraram posições menos favoráveis em geral para o uso da substância em crianças.
Os pesquisadores alegam que a falta de padrões nos produtos de maconha e a dosagem era uma barreira para os prestadores de cuidados de saúde ao recomendar o uso de maconha medicinal. Dos 288 profissionais de saúde no estudo, 30% receberam pedidos de maconha medicinal no mês anterior, no entanto, apenas 5% conheciam regulamentos específicos do estado sobre acesso, cultivo e posse.
Os pesquisadores pedem ensaios clínicos rigorosamente desenvolvidos que investigam o uso de maconha medicinal em crianças com câncer para abordar as preocupações dos profissionais de saúde e fornecer evidências de segurança e eficácia.
No que se refere ao uso, no Brasil, de medicamentos à base de substâncias presentes na Cannabis, a Anvisa não tem qualquer oposição, desde que seu registro seja aprovado pela Agência, mediante dados que comprovem sua segurança e eficácia. Tanto isso é verdade que recentemente foi aprovado, no país, o registro do medicamento Mevatyl®, à base de THC e Canabidiol, indicado para o tratamento sintomático da espasticidade moderada a grave relacionada à esclerose múltipla.
O campus da USP em Ribeirão Preto pretendia inaugurar em 2017 o Centro de Pesquisas em Canabinoides, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). O local será para pesquisa e desenvolvimento de medicamentos contendo canabinoides, substâncias derivadas da maconha, nome popular da planta Cannabis sativa.
Leia também: A maconha medicinal pode reduzir a náusea e convulsões em pacientes jovens
Fonte: Pediatrics December 2017
Provider Perspectives on Use of Medical Marijuana in Children With Cancer
Prasanna Ananth, Clement Ma, Hasan Al-Sayegh, Leah Kroon, Victoria Klein, Claire Wharton, Elise Hallez, Ilana Braun, Kelly Michelson, Abby R. Rosenberg, Wendy London, Joanne Wolfe
http://jornal.usp.br/universidade/usp-tera-primeiro-centro-de-pesquisa-em-canabidiol-do-pais/
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Atualizado em 21 de novembro de 2024