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No dia 23 de abril de 2025, o Instituto PENSI realizou, no Centro de Convenções Rebouças, o “XI Simpósio de Atualização sobre Transtorno do Espectro Autista”, reunindo especialistas, profissionais da saúde, pesquisadores e familiares para uma imersão em debates contemporâneos sobre o autismo. O evento gratuito contou com a participação de 140 pessoas presencialmente e mais de 1900 visualizações na transmissão online.
Contando com a abertura da Diretora de Ensino do Instituto PENSI, Ana Luiza Navas, a programação do simpósio foi estruturada em três mesas temáticas, abordando diferentes dimensões do TEA, desde os aspectos clínicos até o impacto socioeconômico e estratégias de intervenção.
A primeira mesa, moderada pela professora Maria Rita dos Santos e Passos Bueno (USP) e pelo neurologista Carlos Takeuchi (Sabará Hospital Infantil), trouxe olhares clínicos e científicos sobre as manifestações do TEA. Noemi Takiuchi (Instituto PENSI) abordou o autismo profundo, ressaltando os desafios enfrentados por indivíduos com maiores níveis de suporte. O psiquiatra Guilherme Polanczyk (USP) seguiu com uma apresentação sensível e embasada sobre depressão e suicídio em pessoas com TEA, trazendo à luz dados alarmantes e a necessidade urgente de estratégias preventivas. Encerrando a mesa, Anita Brito (USP) discutiu a complexa relação entre transtornos gastrointestinais e o autismo, destacando a importância de uma abordagem integrada na atenção à saúde.
Anita Brito, Noemi Takiuchi, Guilherme Polanczyk, Maria Rita de P. Bueno e Carlos Takeuchi em debate na primeira mesa.
Com moderação de Liliane Laviano (FCMSCSP) e Caroline Monteiro (Instituto PENSI), a segunda mesa trouxe contribuições fundamentais sobre o impacto do autismo nas famílias. Denise Cavallini Cyrillo (FEA-USP/FIPE) apresentou os resultados do estudo “Custo de vida diferencial da criança ou jovem com TEA nível 3”, revelando que famílias com crianças autistas enfrentam despesas anuais 10 mil dólares superiores às famílias típicas, incluindo custos diretos com saúde, educação, apoio doméstico e perda de renda por cuidados integrais, configurando o que se classifica como “custos catastróficos” segundo a OMS. Joana Mota (IPREDE) compartilhou a inspiradora experiência do Projeto Conecta, em Fortaleza, que oferece suporte integral às famílias, valorizando a mulher cuidadora como protagonista do cuidado e da transformação social, por meio de formação, acesso à saúde, acolhimento e geração de renda.
Priscila Godoy (USP) apresentou o projeto de implementação da PACT (Pediatric Autism Communication Therapy) no Brasil, um modelo baseado em evidências e mediado por cuidadores, voltado à promoção da comunicação e vínculos entre crianças autistas e suas famílias, com potencial de escalabilidade no SUS.
Liliane Resende Laviano, Caroline Monteiro, Denise Cavallini Cyrillo e Joana Mota em debate na segunda mesa.
A última mesa do dia foi dedicada à apresentação de instrumentos clínicos brasileiros validados para triagem e diagnóstico do autismo, sob moderação de Noemi Takiuchi (Instituto PENSI) e Mariana Granato (SPSP). Claudia Regina Lindgren Alves (UFMG) apresentou o TEDI – Triagem e Estimulação do Desenvolvimento Infantil, ferramenta que utiliza o instrumento SWYC e integra dados clínicos, comportamentais e do contexto familiar, oferecendo uma abordagem holística e acessível. Em seguida, Cristiane Silvestre de Paula (Mackenzie) expôs o OERA – Observação Estruturada para Rastreamento do Autismo, um protocolo brasileiro que combina avaliação comportamental com padronização metodológica e baixo custo, especialmente útil em contextos de atenção primária. Por fim, Gustavo Siquara (EBMSP) apresentou a Escala Labirinto, uma nova proposta de avaliação para TEA que integra a identificação dos critérios diagnósticos com caracterização do perfil clínico como ferramenta de apoio à intervenção, atualmente em fase de ampla disseminação e continuidade da validação.
Noemi Takiuchi, Cristiane Silvestre de Paula, Priscila Godoy, Mariana Facchini Granato e Gustavo Siquara em debate na terceira mesa.
O simpósio evidenciou a complexidade do espectro autista e a necessidade de ações articuladas entre saúde, educação, políticas públicas e sociedade. A diversidade dos temas tratados, a profundidade dos dados apresentados e o compromisso dos profissionais envolvidos reafirmam o papel da nossa instituição como agente de transformação no cuidado à infância e adolescência.
Por fim, o Instituto PENSI agradece profundamente aos palestrantes que gentilmente compartilharam seus saberes e práticas; aos moderadores e mediadores que enriqueceram os debates; às instituições que apoiaram nosso evento: Instituto Jô Clemente, Anahp, SBP, SPSP, Apan, LUMI, Associação Alagoana de Nutrição e TEApoio; ao público presente e remoto que tornou o evento um sucesso; e aos nossos patrocinadores: Formularium e Herbarium que ajudaram a viabilizar essa jornada de aprendizado.
Se você não pôde acompanhar o simpósio ao vivo, confira o conteúdo completo em:
mensagem enviada
Queria tanto estar presente, mas não fui agraciado com meu pedido. Vou assistir com muito interesse.
Obrigado
Os Simpósios promovido pelo Instituto Pensi são excelentes! O deste ano foi maravilhoso! Os profissionais são de ponto e nos atualizam com o que tem de mais recente na ciência sobre TEA. O Instituto Pensi está de parabéns!!!