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A exploração infantil nos Jogos Olímpicos
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A exploração infantil nos Jogos Olímpicos

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12/08/2012
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As Olimpíadas de Londres se encerraram hoje com muita festa e badalação. Mas como ficam as crianças dentro desta “festa” do esporte mundial? As crianças podem participar dos Jogos Olímpicos a partir dos 16 anos, mas essa regra não é respeitada em alguns países que fazem do esporte um meio de propaganda de sua superioridade. A China é um exemplo, pois há falsificação da idade dos atletas, principalmente na Ginástica Olímpica, sem o menor constrangimento.

Medalhas e títulos andam de mãos dadas com o financiamento para as escolas locais e treinadores no sistema chinês de esportes no estilo soviético. Campeões regionais são apregoados com orgulho pelas autoridades locais.

Em 2009, o Ministério do Esporte no sul da província de Guangdong ordenou testes em 15.000 jovens atletas e concluíram que um quinto dos envolvidos na triagem tinha a idade deturpada para competir contra rivais mais jovens.

As transgressões da China em competições internacionais são injustas. Porém, de acordo com um ex-atleta olímpico chinês que não quis ser identificado, “alguns meios de comunicação exageraram a idade da equipe de ginástica da China”, disse ele ao Reuters. Essa estratégia era comum não só na China, mas também na Rússia e na Coréia do Norte, mas nem todos os países mudavam a idade. Cada estado dirigido pelo sistema desportivo fez dessa ideia uma prática comum, porque o objetivo é ganhar o ouro.

Ren, filha de agricultores pobres na província de Shandong, teve a idade falsificada. Isso aconteceu há cerca de oito anos, quando ela era uma adolescente em formação na escola de esportes local, na cidade natal de Jining. Ela havia se classificado para os Jogos Olímpicos como uma adulta. “Eu não esperava chegar até aqui. Por nunca ter competido a nível provincial, eu não acredito que isso afetou ou afetaria meu desempenho agora”, disse Ren, que conquistou o primeiro título mundial em 2008, e venceu mais uma vez em 2010 e 2012.

Li Xianzhao, antiga treinadora de boxe de Ren, confirmou que tinha alterado a idade dela em documentos oficiais, mas tinha uma opinião um pouco diferente das circunstâncias. A idade de Ren foi modificada em 2005, depois de ela ter ganhado o terceiro lugar no concurso nacional de boxe feminino. Li viu a atleta pela primeira vez em 2001, quando a jovem treinava para a corrida de obstáculos.

Por não ter vencido um título nacional por dois anos, os pais de Ren ficaram relutantes em deixá-la prosseguir com o treino, pois queriam que ela fosse para os jogos direcionados aos atletas mais jovens. Um campeão juvenil é um campeão, de qualquer maneira.

A AIBA não foi capaz de fornecer comentários de imediato sobre a idade de Ren, mas um porta-voz disse que as sanções para uma idade deliberadamente falsificada pode variar de uma advertência a uma proibição. Dessa forma, dependerá das circunstâncias e do impacto da atitude tomada. A delegação chinesa se defendeu ao afirmar que os jornalistas estão errados, pois não houve problema algum com a idade dos boxeadores.

Como se vê, a exploração de crianças pode ocorrer em níveis nunca imaginados.

Leia também: As meninas e o esporte

Fonte: India Express

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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