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Há muito tempo sabe-se que as crianças precisam comer e se alimentar bem para serem saudáveis. Nos últimos anos, com o desenvolvimento da neurociência, isto se confirmou com bases científicas irrefutáveis. No governo brasileiro, em todos os níveis, há uma preocupação com isto e desde o Programa Fome Zero, a nutrição ficou em evidência.
A Fundação José Luiz Egydio Setúbal, tem em seu braço de ensino e pesquisa, o Instituto Pensi, na qual uma das áreas desenvolvidas está um Núcleo de Nutrição e Metabolismo, que neste ano iniciou um projeto de pesquisa em Dificuldades Alimentares com o Professor Mauro Fisberg.
Como Fundação, nossa preocupação social está em fazer pesquisas que possam ser utilizadas nas políticas públicas dos governantes. E isto fica evidente no projeto desenvolvido nos EUA com a populações de baixa renda e publicado na revista Pediatrics de março. São exemplos como este que esperamos desenvolver.
O objetivo do maior programa de assistência nutricional federal do governo americano, o Programa de Assistência Suplementar de Nutrição (SNAP), é reduzir a fome e melhorar a vida das pessoas de baixa renda e famílias, particularmente as desfavorecidas com crianças.
No Programa de Assistência Suplementar de Nutrição, os pesquisadores entrevistaram 3.000 famílias com crianças participantes e fez uma análise transversal comparando famílias que recentemente aderiram ao programa e famílias que participaram durante 6 meses.
Eles também realizaram uma pesquisa longitudinal comparando novas famílias SNAP e as mesmas famílias 6 meses mais tarde. Descobriu-se que as crianças das famílias que participaram do Programa por 6 meses experimentaram melhorias substanciais na segurança alimentar e apresentaram, aproximadamente, 36% menos probabilidade de estar em situação de insegurança alimentar, em ambas as amostras. Na análise transversal apenas, o Programa foi associado com uma redução na probabilidade de as crianças em situação de insegurança alimentar grave (conhecida como a segurança alimentar muito baixa).
Os autores concluem que o Programa reduz a insegurança alimentar da criança, e desempenha um papel vital na melhoria da saúde e bem-estar das crianças de baixa renda por meio da prestação de benefícios a serem gastos em alimentos.
Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: ” Participação de Assistência Suplementar Nutrição Programa Criança e Segurança Alimentar” Pediatrics de março de 2014