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Hospitais equipam centros de diagnósticos por imagem para reduzir a exposição à radiação
A revista médica inglesa The Lancet publicou um estudo recente sobre o fato de crianças que são submetidas a múltiplas tomografias computadorizadas (TC) apresentarem maior risco de terem câncer no cérebro e leucemia.
Embora a notícia possa alarmar os pais, a preocupação já faz parte das instituições de saúde, como o Hospital Infantil de Boston. O Hospital Infantil Sabará equipou seu centro de diagnóstico por imagem com o objetivo de reduzir os níveis de exposição à radiação em crianças.
A TC produz imagens de alta qualidade das estruturas internas de pacientes e são úteis no diagnóstico de determinadas doenças ou lesões, como o trauma cerebral grave, problemas nos pulmões, etc. Para produzir as imagens, os scanners fazem uso de pequenas doses de radiação ionizante. O nível de exposição à radiação é relativamente baixa, mas, acredita-se que mesmo em pequena quantidade, pode-se acarretar o aumento do risco de câncer.
As crianças são suscetíveis a essa exposição, porque os tecidos que estão em desenvolvimento são mais sensíveis aos efeitos da radiação se comparado aos tecidos dos adultos. Geralmente, elas também têm uma expectativa de vida maior e, como resultado, possuem uma chance maior de desenvolver câncer induzido pela radiação durante a vida.
Os médicos e funcionários do Hospital da Criança Sabará trabalham com crianças de forma quase exclusiva. Eles estão conscientes dos riscos e se comprometem para reduzir o contato com a radiação. O tomógrafo do nosso hospital tem configurações pediátricas que foram modificadas para não serem intimidadoras, de forma que a criança se sinta como se entrasse em uma nave espacial.
Existe uma organização internacional dedicada a educar os médicos e os pais sobre os potenciais riscos associados à tomografia computadorizada em crianças. Juntamente com uma equipe de técnicos de radiologia e radiologistas, nos esforçamos para reduzir a quantidade de radiação, a fim de diminuir o número total desse procedimento em crianças.
Aqui estão alguns métodos que utilizamos para alcançar esse objetivo:
1. Usamos alternativas quando é necessário. Em algumas situações clínicas, os métodos que não têm radiação ionizante, como a ultrassonografia ou a ressonância magnética, podem ser tão precisos quanto os exames de imagem e são usados sempre que possível.
2. O ultrassom faz uso de ondas sonoras para mostrar a imagem do corpo e podem responder algumas questões que também são levantadas na realização da TC. Esse método não exige que o jovem paciente fique completamente imóvel durante o exame. Por isso é feito um estudo para escolher o procedimento ideal para crianças muito novas.
3. A ressonância magnética requer que os pacientes permaneçam imobilizados por vários minutos. Algumas crianças, tanto novas quanto mais velhas, podem precisar de sedação ou anestesia ao serem submetidas a esse procedimento. Na tentativa de evitar essa necessidade, a equipe do hospital é treinada, especificamente, para trabalhar com crianças e fazer o possível para realizar os exames sem necessidade de deixá-las inconscientes.
Um estudo publicado na revista Pediatrics mostrou que, nos casos relacionados a ferimentos leves na cabeça, os médicos do departamento de emergência observam com cuidado os pacientes com risco intermediário de traumatismo craniano, por algumas horas após a lesão. Essa atitude os fazem capazes de determinar com precisão a gravidade do incidente, sem necessidade de uma TC.
Quando uma tomografia computadorizada é a melhor opção para a obtenção de um diagnóstico claro, nossos radiologistas usam a menor dose de radiação possível para produzir imagens de qualidade para análise. O ajuste delas vai de acordo com o tamanho individual de cada paciente e da razão do exame, o que assegura maior segurança e menor exposição à radiação.
Os membros da equipe trabalham em conjunto com os médicos do seu filho. Nossos profissionais em Radiologia são capazes de determinar qual exame de imagem é melhor para evitar a exposição desnecessária à radiação sempre que possível.
Caso você tenha dúvidas ou quiser saber mais, consulte o nosso site: Centro de Diagnóstico por Imagem
Por Dr. José Luiz Setúbal