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A gravidez na adolescência teve uma queda de 17% no Brasil segundo dados preliminares do Sinasc (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos) do Ministério da Saúde.
Em números absolutos a redução foi de 661.290 nascidos vivos de mães entre 10 e 19 anos em 2004 para 546.529 em 2015. A região com mais filhos de mães adolescentes é o Nordeste (180.072 – 32%), seguido da região Sudeste (179.213 – 32%). A região Norte vem em terceiro lugar com 81.427 (14%) nascidos vivos de mães entre 10 e 19 anos, seguido da região Sul (62.475 – 11%) e Centro Oeste (43.342 – 8%).
As mais de meio milhão de adolescentes do Brasil ou dos Estados Unidos que ficam grávidas a cada ano precisam de aconselhamento sem julgamento, abrangente e apropriado para o desenvolvimento para ajudar a classificar, através de decisões que mudam a vida e emocionalmente sensíveis. É isso que mostra a declaração de política atualizada da Academia Americana de Pediatria, “Opções de Aconselhamento para a Paciente Adolescente Grávida”, publicada na revista Pediatrics de setembro de 2017.
Com legislação e cultura muito diferente da nossa, esta declaração é interessante para se ver como é abordado o tema por lá.
O aconselhamento deve abranger todas as opções legais que envolvem continuar ou encerrar a gravidez, apoiar a tomada de decisões informadas e encaminhamento para recursos e serviços adequados que respeitem as crenças e práticas culturais pessoais, familiares e espirituais do paciente. Afirma também que os pediatras que escolhem não aconselhar pacientes de forma abrangente devem encaminhar os pacientes para outros provedores de saúde capazes e dispostos.
Um relatório clínico que acompanha a política, “Diagnóstico de Gravidez e Fornecer Opções de Aconselhamento para o Paciente Adolescente “, diz que a maioria das adolescentes que ficam grávidas decide continuar suas gestações. Destaca a importância de ajudar os adolescentes a garantirem cuidados pré-natal precoce e adequado, identificando sistemas familiares e de apoio social para esses pacientes, bem como aconselhamento sobre opções como o cuidado de parentesco e a adoção.
No Brasil o aborto nessa situação não é possível de ser feito legalmente, e, muitas vezes, quando feito de maneira clandestina não é realizado em boas condições técnicas e de higiene, o que pode ocasionar a morte, esterilização ou doenças infeciosas graves.
As políticas de Saúde da Família e de prevenção da gravidez brasileiras tem dado certo e há também uma preocupação com o parto. O Ministério da Saúde construiu um documento baseado em evidências científicas e que serve de consulta para os profissionais de saúde e gestantes. A partir de agora, toda mulher terá direito e definir o seu plano de parto que trará informações como local onde será realizado, orientações e benefícios do parto normal. Essas medidas visam o respeito no acolhimento e mais informações para o empoderamento da mulher no processo de decisão ao qual tem o direito. Assim, o parto deixa ser tratado como um conjunto de técnicas, e sim como um momento fundamental entre mãe e filho.
Saiba mais:
https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/prevenindo-gravidez-entre-adolescentes/
Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fonte:
Options Counseling for the Pregnant Adolescent Patient
Laurie L. Hornberger, COMMITTEE ON ADOLESCENCEAs informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.