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Ler para as crianças é uma experiência fantástica, uma oportunidade de passar mais tempo com elas
Hoje, vou falar menos de doença e mais de saúde. Não abordarei sobre as novidades na saúde infantil relacionadas ao tratamento de enfermidades, como geralmente acontece nas minhas colunas aqui no blog. Desta vez, vou falar da leitura para crianças.
Este ano, fiz um curso no Childhood Development Center (CDC) e escutei muito sobre a importância de contar histórias e ler para as crianças desde pequenas, com meses até o resto da vida. Em um mundo corrido e com tantas conexões, infelizmente, parece que nos esquecemos dos livros e da arte de contar histórias.
Em julho, minha filha Bia foi viajar e meu neto Tomás ficou conosco alguns dias. Fiquei muito feliz quando ele me disse que queria ver no meu tablet episódios do Sítio do Picapau Amarelo. Na minha ignorância, disse a ele que eu não tinha no aparelho aqueles vídeos. Imediatamente, ele falou: “Não precisa vovô! É só colocar na internet que eu escolho o que eu quero ver”.
Pus para procurar na ferramenta de busca e, lá no YouTube, há uma série de partes de vários episódios à disposição de quem quisesse ver. Que maravilha este universo do meu neto! Vimos alguns episódios com duração média de 10 minutos. No dia seguinte, comprei uns DVDs com as histórias completas e vimos juntos, com a imagem grande, mais confortavelmente. Revivi meus tempos de pai quando via com meus filhos os mesmos episódios, até a última série lançada pela TV Globo, onde vovó Benta usa computador. Coisas da modernidade.
Não satisfeito, quando Bia e Joel chegaram de férias para buscar o Tomás, levamos a coleção de livros do Sítio junto aos mesmos títulos que li quando era criança, com as mesmas ilustrações… Foi outra viagem ao passado. Tudo com muito sabor da infância.
Como o Tomás tem só 4 anos e as histórias são longas e sem muitas figuras, achei que seria difícil ele se concentrar. Mas, para a minha felicidade, já soube que o Joel lê para ele todas as noites. Ler histórias é uma oportunidade única para estarmos juntos aos nossos filhos. Viajamos com eles pelo mundo da fantasia e do faz de conta. Fazemos isto usando nossa imaginação e nossos referenciais e não os do diretor do filme, do game, etc.. Isto é muito importante, pois, permite à criança viver situações (no emocional) que seriam muito difíceis se fossem reais, tais como a morte, a separação, a doença, entre outras.
Recomendo para quem quiser tentar. É uma experiência fantástica e que continuo a fazer todos os dias quando eu pego um livro para ler ao final do dia e me desligar um pouco dos problemas da vida real.
No Hospital Infantil Sabará, nós temos o auxílio de contadores de história e de voluntários da associação Viva e Deixe Viver, que fazem visitas aos pacientes internados, deixando a todos encantados com seu jeito único de contação de histórias.
Por Dr. José Luiz Setúbal