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Dia Mundial da Saúde: a resistência aos antimicrobianos
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Dia Mundial da Saúde: a resistência aos antimicrobianos

Dia Mundial da Saúde: a resistência aos antimicrobianos

07/04/2011
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O Dia Mundial da Saúde, comemorado em 07 de abril,  é uma oportunidade para que as comunidades de todo o mundo se unam durante um dia e promovam ações que possam melhorar nossa saúde. Neste ano a Organização Mundial da Saúde (OMS) elegeu um tema importante: A Resistência aos Antimicrobianos.

Os antimicrobianos são medicamentos utilizados no tratamento das infecções causadas por bactérias, fungos, parasitas ou vírus. O descobrimento dos antimicrobianos foi um dos principais avanços da saúde na história da humanidade, aliviando o sofrimento e salvando bilhões de vidas ao longo dos últimos 70 anos. Entretanto, o uso e o abuso dos antimicrobianos na medicina humana e animal, aumentou o número e os tipos de microrganismos resistentes a estes medicamentos, causando mortes, sofrimento e incapacidades, além do aumento do custo da atenção sanitária.

Leia também: Antibióticos: como e quando usar

A resistência aos antimicrobianos (ou farmacorresistência) ocorre quando os microrganismos sofrem mudanças fazendo com que os medicamentos utilizados para curar estas infecções deixem de ser eficazes. Como consequência, as infecções causadas pelos microorganismos resistentes falham na resposta ao tratamento, resultando em doença prolongada e risco de morte. Além disso, há um risco potencial de disseminação dos microorganismos resistentes para a comunidade.

Outro ponto a considerar, é que a resistência aos antimicrobianos de primeira linha aumenta os custos dos cuidados com a saúde, pois serão necessários tratamentos mais caros e, muitas vezes, intra-hospitalares. Outros efeitos maléficos para a sociedade incluem o risco de fracasso em outros tratamentos como transplantes, quimioterapia e cirurgias de grande porte.

Segundo informações do Prof. Dr. Milton S. Lapchik, infectologista da Comissão Interna da Qualidade, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e Gerência de Riscos do Hospital Infantil Sabará, as práticas para o uso consciente de antimicrobianos devem ser de maneira contínua e extensiva a toda a classe médica e ao cidadão usuário de serviços de saúde. O combate à automedicação com antimicrobianos é medida relevante em saúde coletiva e a normatização da ANVISA para a compra de antimicrobianos em farmácia, com receituário médico em duas vias, foi implantada com este objetivo.

No Hospital Infantil Sabará, desenvolvemos ações e processos para a racionalidade e melhoria contínua do uso de antimicrobianos e monitoramento da resistência microbiana institucional:

1. Incentivo ao diagnóstico microbiológico dos agentes causadores de processos infecciosos, com revisão e aprimoramento dos processos relacionados. Mensalmente, ocorrem reuniões técnicas com participação das gerências médicas e profissionais do laboratório para analisar os resultados de exames microbiológicos quanto a sua positividade, microrganismos identificados, com revisão dos processos relacionados à coleta, transporte, armazenamento/processamento de materiais biológicos.

2. Farmacovigilância: o Hospital Infantil Sabará é colaborador da rede de hospitais sentinela da ANVISA e desenvolve ações de farmacovigilância pós-comercialização de medicamentos (VIGIPÓS), incluindo antimicrobianos. Toda suspeita de reação adversa a medicamentos ou casos eventuais de desvio de qualidade relacionada aos medicamentos é alvo de notificação à ANVISA e à divisão de farmacovigilância regional, contribuindo para as práticas seguras de assistência.

3. Estudos clínicos sobre o uso de antimicrobianos em pediatria: ainda são poucos os estudos sobre segurança e posologia de antimicrobianos em pediatria e o Centro de Estudos do Hospital Infantil Sabará está apoiando ações com este foco.

4. Orientações técnicas para fins de padronização de antimicrobianos no hospital: a Comissão de Padronização de Materiais e Medicamentos do hospital realiza reuniões periódicas, com objetivo de atualizar a lista padronizada e de colaborar para o uso racional de antimicrobianos na instituição.

5. Atualização e monitoramento dos processos relacionados à antibioticoprofilaxia cirúrgica: a aderência ao protocolo clínico do hospital e diretrizes para o uso profilático de antimicrobianos em cirurgia é avaliada com o cálculo de indicador de processo e análise consolidada. São monitorados os casos, com observação do antimicrobiano utilizado, momento da administração do antibiótico (indução anestésica, 1 hora antes do início da cirurgia) e término da antibioticoprofilaxia.

6. Identificação de pacientes colonizados ou com infecção causada por microrganismos multi-resistentes: os pacientes transferidos de outros hospitais são monitorados (cultura microbiológica de vigilância) para verificar a presença de colonização ou infecção por bactérias multi-resistentes aos antibióticos. Em caso positivo, os pacientes são atendidos com as práticas de biossegurança, com a finalidade de reduzir os riscos de disseminação destas bactérias para outros pacientes e para o ambiente hospitalar.

7. Educação médica continuada sobre o uso consciente de antimicrobianos em pediatria: são realizados informes técnicos pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), com atualização do corpo clínico do hospital sobre o uso de antimicrobianos e resistência microbiana em pediatria.

8. Monitoramento e elaboração de relatórios sobre o perfil de sensibilidade dos agentes causadores de infecção em pacientes atendidos no hospital, com divulgação ao corpo clínico. O reconhecimento da sensibilidade microbiana aos antibióticos no hospital possibilita o uso consciente destes medicamentos, considerando a realidade local.

9. Ações de comparabilidade com referenciais externos oficiais sobre a resistência microbiana causadora de infecções relacionadas à assistência em saúde em UTI pediátrica. Os dados sobre a microbiota e o antibiograma de agentes isolados em hemoculturas são enviados mensalmente ao Núcleo Municipal de Controle de Infecção Hospitalar (COVISA) para fins de comparabilidade e reconhecimento da realidade no município de São Paulo, sobre a resistência microbiana em pacientes atendidos em UTI pediátrica na cidade.

Priorizar o uso consciente de antimicrobianos e o monitoramento da resistência microbiana em pediatria é parte de um conjunto de medidas que tem por objetivo a prática segura e a melhoria contínua da assistência no Hospital Infantil Sabará.

 

Fontes:

http://www.who.int/world-health-day/en/index.html

http://www.who.int/world-health-day/2011/WHD201_FS_EN.pdf

 

Atualizado em 16 de janeiro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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