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Muitos leitores devem achar esse assunto uma loucura, mas não é. Na revista Pediatrics, um artigo me chamou atenção por falar justamente sobre leite materno comprado na internet. Creio que isto é mais uma das loucuras dos americanos, mas, como aqui copiamos tudo que vem de lá, pode ser que daqui a pouco tenhamos mães vendendo leite pela internet.
Sites que vendem leite humano para o consumo infantil estão ganhando popularidade nos EUA. No estudo “A contaminação microbiana do leite humano adquirido através da Internet”, os pesquisadores compraram 102 amostras transversais por meio de um popular site de compartilhamento de leite nos EUA.
As amostras de leite foram enviadas para uma caixa postal alugada e, posteriormente, comparadas com amostras de leite materno não pasteurizado, doado e obtido através de um banco de leite. No total, 64% das amostras de leite materno da internet estavam colonizadas com elevadas contagens bacterianas em geral, como também tinham, pelo menos, algumas bactérias gram-negativas. Ainda online, 64% das amostras deram positivo para a presença de estafilococos comparados com 25% das amostras do banco de leite. Três das amostras adquiridas via web estavam contaminadas com Salmonela.
Os bebês que consomem leite humano adquirido através da Internet estão em risco de resultados negativos, especialmente crianças prematuras e aquelas com sistemas imunológicos comprometidos. Os autores do estudo recomendam apoio às mães que querem fornecer leite materno para os filhos, mas que têm dificuldade. As mulheres que têm leite extra devem considerar a doação para um banco de leite.
Como se vê, existe um risco de ter uma infecção, o que parece óbvio, pela coleta e armazenamento deste leite. Que isso sirva de alerta para as mães brasileiras se a moda vier para cá.
Leia também: Como ordenhar o leite materno?
Fonte: Microbial Contamination of Human Milk Purchased via the Internet | Pediatrics
Atualizado em 27 de maio de 2024