O risco do colesterol elevado na infância e adolescência
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O risco do colesterol elevado na infância e adolescência

O colesterol é um tipo de gordura encontrada em nosso organismo, que é importante para diversas funções corporais, como a produção de hormônios e a formação de membranas celulares. No entanto, quando o colesterol está em excesso no sangue, ele pode trazer riscos para a saúde, especialmente em crianças e adolescentes. O colesterol é transportado no sangue por meio de lipoproteínas, sendo as principais o LDL (colesterol ruim) e o HDL (colesterol bom). O LDL pode se acumular nas paredes das artérias, formando placas que podem levar a doenças cardiovasculares, como aterosclerose e infarto. Já o HDL ajuda a remover o excesso de colesterol das artérias, prevenindo essas doenças. O conceito de colesterol não HDL inclui todos os tipos de lipoproteínas que transportam colesterol, exceto o HDL. Isso inclui o LDL, VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade) e IDL (lipoproteína de densidade intermediária). O colesterol não HDL é um indicador mais preciso do risco cardiovascular do que o LDL isoladamente. O colesterol elevado em crianças pode levar a riscos no futuro, como doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. A presença de níveis elevados na infância pode resultar em acúmulo de placas nas artérias ao longo do tempo. Isso pode levar a um estreitamento das artérias e diminuição do fluxo sanguíneo para órgãos vitais, como coração e cérebro. Para prevenir e impedir os riscos do aumento do colesterol em crianças, é importante adotar um estilo de vida saudável desde cedo. Isso inclui uma alimentação equilibrada e rica em frutas, verduras, grãos integrais e alimentos com baixo teor de gordura saturada e colesterol. Alimentos ricos em fibras - como aveia, pão integral, arroz integral e macarrão integral - e frutas com bagaço e/ou casca - como laranja, maçã, limão, pera, uva, abacate, morango, melancia, mamão e caju - são permitidos em uma dieta para colesterol elevado. Recomenda-se ainda limitar alimentos de elevada densidade energética, como doces e refrigerantes, e gordura saturada, como carnes, embutidos e laticínios com muita gordura. Também é importante incluir alimentos com gorduras consideradas boas, como abacate e peixe. A chia pode ser uma boa opção, pois é rica em ômega-3, proteínas, fibras, substâncias antioxidantes e minerais. Além disso, é fundamental incentivar a prática regular de atividade física e evitar o sedentarismo. Caso seja identificado um aumento do colesterol em crianças, é importante buscar orientação médica para avaliação do risco cardiovascular e adoção de medidas terapêuticas adequadas. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos para controlar o colesterol. No entanto, a mudança no estilo de vida continua sendo a base do tratamento. Cinco orientações para pais de crianças evitarem o risco de colesterol elevado:
  • Incentivar uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras e grãos integrais, e limitar o consumo de alimentos com excesso de sal, açúcares e ricos em gordura saturada e colesterol;
  • Estimular a prática regular de atividade física, como brincadeiras ao ar livre, esportes e caminhadas em família;
  • Evitar o tabagismo passivo, pois a exposição à fumaça do cigarro pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares;
  • Manter um peso saudável, pois o excesso de peso pode aumentar o risco de colesterol elevado e outras doenças;
  • Realizar exames médicos regulares para monitorar os níveis de colesterol e outros fatores de risco, especialmente se houver histórico familiar de doenças cardiovasculares.
Vale lembrar que o pediatra poderá pedir exames de sangue para o diagnóstico e, em alguns casos, indicar medicação para o controle dos níveis de gordura. Uma orientação nutricional adequada pode ajudar toda a família no controle do colesterol. Leia também: Atualizado em 28 de abril de 2025
Dr. Mauro Fisberg

Dr. Mauro Fisberg

Pediatra e Nutrólogo (CRM 28119 RQE 3935 E 37146). Coordenador do Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares (CENDA) do Instituto PENSI. Professor Associado Doutor - Aposentado Sênior do Setor de Medicina do Adolescente - Departamento de Pediatria da Escola Paulista de Medicina (Unifesp). Membro do Corpo de Orientadores Pós-Graduação em Pediatria e Ciências Aplicadas a Pediatria (Unifesp).

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