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Uma grande vitória contra a malária com a ajuda da Filantropia
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Uma grande vitória contra a malária com a ajuda da Filantropia

Uma grande vitória contra a malária com a ajuda da Filantropia

28/10/2021
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Foi anunciada no início de outubro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a recomendação do uso do imunizante RTS,S nas regiões do planeta com alta taxa de transmissão do Plasmodium falciparum, um dos protozoários por trás da enfermidade.

Com 229 milhões de casos e 409 mil mortes apenas em 2019, a malária é uma das doenças infecciosas que mais afetou a humanidade ao longo da história. O local que mais deve se beneficiar da medida é a África Subsaariana, que concentra a vasta maioria dos casos e das mortes pela moléstia: todos os anos, mais de 260 mil crianças com menos de cinco anos que moram ali morrem de malária.

Dados do PNCM (Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária) mostram que no ano de 2019, o Brasil notificou 157.454 casos de malária, uma redução de 19,1% em relação a 2018, quando foram registrados 194.572 casos da doença no país”, informa um boletim publicado pelo ministério no final de 2020.

A nova vacina, feita pelo laboratório GlaxoSmithKline, estimula o sistema imune das crianças a barrar o Plasmodium falciparum, o mais mortal dos cinco patógenos da malária e o predominante na África. A vacina em questão não é apenas a primeira contra a malária, é também a primeira desenvolvida para doenças parasitárias em geral. A doença é causada por cinco espécies de parasitas do tipo Plasmodium, todos transmitidos por picadas de mosquitos. O Plasmodium falciparum é o mais patogênico e o responsável por casos fatais, no Brasil mais de 85% dos casos são causadas pelo Plasmodium Vivax, portanto esta vacina não será usada por aqui.

Chamada Mosquirix, a nova vacina é aplicada em três doses para crianças entre 5 e 17 meses. Há ainda uma quarta dose aproximadamente 18 meses depois. Após os ensaios clínicos, a vacina foi usada de maneira experimental em três países —Quênia, Maláui e Gana—, nos quais foi incorporada aos programas de vacinação.

O desenvolvimento desta vacina é fruto do apoio da ONG Path e da Fundação Bill e Melinda Gates e foi desenvolvida desde 1987 pela farmacêutica britânica GSK. Após os testes preliminares, o imunizante foi avaliado em ensaios clínicos envolvendo seres humanos a partir do ano 2000, mostrando a importância da Filantropia no desenvolvimento da ciência.

Logo após o comunicado publicado pela OMS, a Vaccine Alliance (Gavi), iniciativa da Fundação Bill e Melinda Gates, anunciou que examinará “se e como financiar um novo programa de vacinação contra a malária nos países da África Subsaariana”. O ano de 2021 foi marcado por grandes avanços na luta contra a malária, doença para a qual as empresas farmacêuticas e as pesquisas durante anos deram pouca atenção. Um protótipo de vacina desenvolvido pela Universidade de Oxford, Matrix-M, aumentou as esperanças em abril, com uma eficácia incomparável de 77% em testes de fase 2. O imunizante pode ser aprovado em dois anos. Em julho, o laboratório alemão BioNTech indicou que queria aplicar à malária a tecnologia de RNA mensageiro, usada em sua vacina contra o covid-19. A OMS espera que sua recomendação incentive os cientistas a desenvolver outras vacinas.

O Brasil possui, inclusive, um plano para acabar com a malária em território nacional. A meta é registrar menos de 14 mil casos e nenhum óbito até 2030 e eliminar completamente a transmissão do Plasmodium falciparum nos próximos nove anos. Para alcançar isso, é preciso fortalecer os sistemas de vigilância da doença, adquirir testes rápidos de diagnóstico, ofertar tratamentos na rede pública e investir na pesquisa e no desenvolvimento de novas soluções para esse problema.

De acordo com o site ClinicalTrials.Gov, existem 10 testes clínicos concluídos ou em andamento com candidatos a imunizantes contra este parasita mais comum no Brasil. No caso do falciparum, mais frequente na África, são 130 registros de estudos do tipo.

Como se vê existem boas perspectivas para diminuir muito as mortes por malária no mundo e sua existência no Brasil, graças à pesquisa de novas medicações e novas vacinas além de medidas preventivas como mosquiteiros e telas.

Saiba mais:

https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/malaria-proximo-do-fim/

https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/a-filantropia-e-a-ajuda-a-ciencia-nesta-pandemia/

https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/como-se-proteger-dos-insetos-que-transmitem-doenca/

 

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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