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Crianças podem fazer visitas no hospital?
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Crianças podem fazer visitas no hospital?

Crianças podem fazer visitas no hospital?

21/03/2018
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Na semana passada o Sabará Hospital Infantil emitiu uma nota dando orientação sobre visitas aos pacientes internados. Esta é uma preocupação dos nossos serviços de Qualidade e Segurança do Paciente, da Psicologia Hospitalar, da Rede de Humanização e do grupo de Experiência do Paciente.

Por motivo de segurança, o Sabará Hospital Infantil não recomenda que crianças pequenas visitem os pacientes internados. A definição da idade mínima fica por conta dos profissionais que estão na unidade e será discutida caso a caso. A recomendação do departamento de Qualidade e Segurança é a seguinte:

  • “Só criança doente deve ir aos hospitais.
  • Apenas as crianças que necessitem de avaliação ou tratamento devem ser trazidas ao Hospital, principalmente durante os períodos de pico de doença respiratória na comunidade (de março a julho);
  • Muita atenção para quem estiver com sintomas respiratórios (tosse, coriza) ou gastrintestinais (vômitos ou diarreia). Essas pessoas, sejam adultos ou crianças, não devem visitar os pacientes.
  • Não trazer crianças menores de 12 anos para visitas a pacientes internados.”

Isso tudo é feito com o objetivo de evitar a transmissão de infecções para os pacientes. Hoje em dia com as facilidades de comunicação, uma alternativa é fazer vídeochamadas pelo computador ou celular, por exemplo. Lembrando que o Hospital disponibiliza wifi gratuitamente e empréstimo de notebook. Veja também: Infraestrutura e amenidades (((Link para:

Para os pacientes da UTI, há um programa especial de visitação de irmãos, no qual eles serão acompanhados pela equipe de Psicologia do Hospital. Neste caso, as visitas são agendadas e duram cerca de 15 minutos. Antes de entrar na UTI, o visitante infantil conversa com as psicólogas e se prepara para a visita, fazendo um desenho ou um presente para o irmão, por exemplo. Ao final, novamente há um bate-papo com a equipe de Psicologia. Não há idade mínima para participação do programa. Isto também será função do nosso serviço de “Child Life Specialist”, que está sendo implantado em caráter experimental agora em março.

As orientações para visitas em geral são:

Higienize as mãos ao chegar e antes de sair;

  • Se você estiver doente, evite fazer visitas;
  • Não sente nem coloque seus pertences sobre a cama da criança;
  • Não visite pacientes de outros quartos;
  • Não traga flores ou plantas para os pacientes;
  • Evite trazer alimentos.

Durante a internação, a equipe assistencial tem por missão avaliar riscos em todas as áreas do cuidado, e um deles é o risco psicológico, pois a internação pode perturbar o equilíbrio de uma criança e sua família. Quando houver sinal de sofrimento, a equipe da Psicologia Hospitalar é acionada e poderá realizar alguma intervenção, que pode ser desde uma simples conversa até a observação e interação lúdica, a depender da idade e condição do momento.

O programa de visita de irmãos na UTI não acontece com todos os pacientes internados. Em geral, crianças não têm acesso à UTI, mas as exceções acontecem quando a equipe de Psicologia vê a necessidade da visita e todos os fatores clínicos são favoráveis, como, por exemplo, o estado de saúde do paciente. Nesse caso, a visita é agendada e acompanhada pelas psicólogas do hospital. O objetivo é tanto auxiliar quem está em tratamento quanto cuidar da criança que ficou em casa. Como nem sempre as crianças falam sobre seus sentimentos, elas acabam se expressando por meio de comportamentos, veja alguns exemplos:

  • Comem mais ou menos que o normal;
  • Ficam mais quietas e passam mais tempo sozinhas;
  • Tentam a qualquer custo agradar os pais e procuram mais afeto do que o normal;
  • Ficam mais agressivas;
  • Regridem e voltam a fazer xixi na cama, falar como bebê ou chupar o dedo, por exemplo;
  • Dizem estar doentes ou agem como uma criança doente.

As crianças se comportam assim porque podem estar sentindo:

  • Tristeza: sentem falta dos pais ou da criança doente;
  • Solidão: elas podem se sentir deixadas de lado;
  • Culpa: às vezes se sentem culpadas por acharem que elas causaram a doença do irmão;
  • Ciúme: às vezes podem ficar bravas pela atenção que o irmão doente recebe;
  • Confusão: não entendem o que está acontecendo e o que vai acontecer.

Os pais ou a família pode ajudar com algumas destas medidas:

  • Converse com os irmãos sobre o que está acontecendo com a criança doente e por que ela está hospitalizada. Dê explicações simples e verdadeiras;
  • Diga que é importante fazer perguntas sempre que necessário e que você vai tentar responder ou perguntar para os médicos quando não souber as respostas;
  • Encoraje seus filhos a falar sobre os sentimentos. Diga que tudo bem chorar, ficar bravo e feliz – que é normal sentir essas coisas;
  • Tente manter as rotinas de sempre, como escola, refeições, sonecas e hora de ir para a cama;
  • Dê uma atenção especial aos irmãos sempre que possível;
  • Converse com os médicos e, se possível, traga os irmãos para visitar o Hospital ou, pelo menos, falar com a criança doente pelo telefone;
  • Sugira que façam desenhos para levar ao Hospital;
  • Procure ajuda da família e dos amigos e a equipe de Psicologia do Hospital.

 

Autor: Dr. José Luiz Setúbal

  1. Fonte Adaptado: http://www.hospitalinfantilsabara.org.br/para-pais-e-visitantes/infraestrutura-e-amenidades/
  2. Revista Brasileira de Terapia Intensiva – ARTIGO DE REVISÃO

Visita de crianças em unidade de terapia intensiva

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2010000300013Rev. bras. ter. intensiva vol.22 no.3 São Paulo July/Sept. 2010

  1. http://paisefilhos.uol.com.br/noticias/dia-do-hospital-para-refletir-e-comemorar/

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para os cuidados médicos e os conselhos do seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que seu pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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