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A Fundação José Luiz Egydio Setúbal, mantenedora do Sabará Hospital Infantil, e o Instituto Strabos realizaram entre os meses de outubro, novembro e dezembro mini mutirões para corrigir o estrabismo de 12 crianças e adolescentes. Desde 2020, essa parceria tem atendido filhos de famílias de baixa renda. Em oito anos de existência, os médicos do Strabos já operaram mais de 300 pacientes e, no ano passado, foram 24 nas dependências do Sabará. Com a pandemia, as cirurgias foram interrompidas e agora retomadas. Para 2022, a meta é operar entre 60 e 80 crianças na instituição.
O estrabismo infantil é o desvio entre os dois olhos, quando cada olho aponta para uma direção diferente. Esta condição pode acontecer com o olho se aproximando do nariz (convergente), ou se afastando dele (divergente) ou ainda com o desvio do olho para cima (hipertropia) ou para baixo (hipotropia).
“Esse hospital é um importante parceiro e permite que a gente possa mudar a vida dessas crianças e o prognóstico inicial”, explica a Dra. Fernanda Kriger, oftalmologista e vice-presidente do Instituto Strabos.
O presidente da Fundação, o pediatra Dr. José Luiz Setubal, comemora a retomada das cirurgias com o abrandamento da pandemia: “Devolver o olhar correto para uma criança tem um significado enorme, e nossa Fundação fica muito feliz em poder ajudar o Instituto Strabos neste projeto social para ajudar estas crianças e cumprirmos nosso propósito de construir uma sociedade melhor”.
Com o mesmo pensamento, o Dr. Mauro Goldchmit, oftalmologista e presidente do Instituto Strabos, celebra esta parceria que transforma a vida destas crianças e de suas famílias, melhorando a autoestima e sua inserção na sociedade.
Entendendo o Estrabismo
A maior parte do desenvolvimento visual ocorre no cérebro, não nos próprios olhos. Um dos maiores desafios para o cérebro em desenvolvimento é coordenar os sinais visuais de um lado para o outro. Os sinais nervosos dos olhos viajam através dos nervos ópticos e se dividem em ambos os lados do cérebro. Para entender esses sinais, os dois lados do cérebro precisam cooperar, comparando informações e coordenando o movimento dos olhos na direção desejada.
Quando o cérebro é forçado a fazer uma imagem a partir de duas entradas muito diferentes, começa a ignorar os sinais do pior olho. Com o tempo, esse processo se torna irreversível, levando à cegueira parcial no olho mais fraco. Na maioria dos casos, deve-se resolver o problema antes que a criança complete três anos, para garantir que ela cresça com a percepção normal de profundidade.
Os tratamentos para a ambliopia variam com base na causa e gravidade da condição. Algumas crianças exigem óculos ou adesivos que forçam o cérebro a prestar atenção aos sinais do olho mais fraco. Outras crianças precisam de cirurgia para encurtar ou alongar certos músculos que controlam o movimento dos olhos.
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Atualizado em 10 de março de 2025