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Epidemia de obesidade infantil continua aumentando
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Epidemia de obesidade infantil continua aumentando

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13/03/2018
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Não sei quantas vezes falamos deste assunto neste Blog, ou em Seminários e Congressos do Instituto Pensi e do Sabará Hospital Infantil. Apesar disso, de todas as campanhas em mídia e de esclarecimentos, a obesidade infantil continua a aumentar, tanto nos EUA, como no Brasil.

Nos últimos 30 anos, o Brasil reduziu significativamente a desnutrição infantil, mas ironicamente o problema coexiste hoje com a obesidade. Fenômeno recente de insegurança alimentar e nutricional pode se expressar na população independentemente de sexo, idade, raça ou classe social. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 15% das crianças com idade entre cinco e nove anos têm obesidade. Uma em cada três não chegaram ao nível da obesidade, mas estão com peso acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde.

A obesidade passou a ser vista como uma epidemia. Em 2010, 17,8% da população brasileira era obesa; em 2014, o índice chegou aos 20%, sendo a maior prevalência entre as mulheres, 22,7%. Outro dado é o aumento do sobrepeso infantil. Estima-se que 7,3% das crianças menores de cinco anos estão acima do peso, sendo as meninas as mais afetadas, com 7,7%.

Nova pesquisa mostra que a epidemia de obesidade infantil nos Estados Unidos não está diminuindo, como sugeriram algumas pesquisas anteriores. De acordo com um estudo publicado na Pediatrics de março de 2018, “Prevalência de Obesidade e Obesidade Grave em Crianças dos EUA, 1999-2016”, as taxas aumentaram em todas as faixas etárias entre crianças de dois a 19 anos.

As taxas geralmente aumentaram com a idade, com 42% dos adolescentes obesos entre os 16 e 19 anos de idade. Os pesquisadores usaram os dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição para calcular o índice de massa corporal específico da idade e do sexo, com classificações atualizadas. Esta abordagem revelou tendências mais sutis, de acordo com os autores do estudo, incluindo taxas de obesidade grave, subgrupos etários mais específicos e contexto de longo prazo.

Especial preocupação, segundo os autores, continuaram as disparidades raciais e étnicas – especialmente nas categorias de peso mais extremas. As crianças brancas e asiáticas, por exemplo, apresentaram taxas significativamente mais baixas de obesidade do que crianças hispânicas e negras. Examinando as tendências a curto prazo, bem como a longo prazo, os pesquisadores também encontraram um aumento acentuado da obesidade desde 2015-16 entre crianças de dois a cinco anos, especialmente meninos.

Os autores do estudo disseram que, apesar do foco intenso de saúde pública e clínica na obesidade e nos comportamentos relacionados ao peso na última década, os resultados sugerem que esses esforços ainda não conseguiram neutralizar as forças ambientais que alimentam o excesso de peso em crianças, pelo menos em escala nacional. Eles pedem recursos amplamente divulgados e pesquisas adicionais sobre os fatores que contribuem para a obesidade infantil.

Saiba mais sobre o tema:

Obesidade e 10 riscos de doenças

Agindo na prevenção da obesidade antes dos dois anos

Fonte: Pediatrics – March 2018

Prevalence of Obesity and Severe Obesity in US Children, 1999-2016

Asheley Cockrell Skinner, Sophie N Ravanbakht, Joseph A Skelton, Eliana M Perrin, Sarah C Armstrong

 

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 26 de novembro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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