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Maktub – escrito na alma do contador de histórias
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Maktub – escrito na alma do contador de histórias

Maktub – escrito na alma do contador de histórias

20/03/2012
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Contar uma história é a passagem para o mundo mágico, onde cada segredo revelado traz a possibilidade da realização de milagres. Podemos, inclusive, afirmar que a força de um bom conto tem o poder de solucionar dificuldades, harmonizar ambientes e dar continuidade à história do mundo.

Desde que o homem se reconhece como ser humano Homo sapiens (“homem sábio”, em latim), único da espécie a possuir cérebro altamente desenvolvido, com capacidades múltiplas associadas à mente e ao corpo, contextualiza em introspecções, reflexões, raciocínio abstrato. Ele tem a linguagem como ferramenta para transformar desde os tempos mais remotos: a conquista, o respeito e a veneração dos seus semelhantes.

Na Idade Média, o contador de histórias era sempre bem-vindo e respeitado em toda parte pelo prazer que as seus contos proporcionavam, sendo eles recitados, cantados, declamados, encantavam e envolviam de reis, príncipes e princesas às classes mais populares. De aldeia em aldeia os trovadores, os segréis, os jograis, os bardos e os menestréis obtinham admiração popular e, assim, pouco a pouco, até hoje, a civilização global tem utilizado a história como veículo para eternizar verdades, conservando assim as tradições e promoção de novas ideias.

Não há como ignorar a influência poderosa que as histórias têm exercido em todas as reformas sociais que a humanidade tem vivenciado. O “Era uma vez…”, palavras, proferidas dentro da forma clássica, representam eficiente recurso para estimular a imaginação da criança, afastando-a das distrações e garantindo ao interlocutor a importância da história, como recurso positivo no processo formativo e ao mesmo tempo informativo.

A importância da história decorre de sua universalidade; de sua influência; dos recursos que oferece aos educadores, pais, avós, etc. e dos benefícios que poderá proporcionar à existência sustentável da humanidade.

As histórias ficam gravadas em nossas mentes e corações, o conhecimento e ensinamentos passam a fazer parte do patrimônio moral e social dos seres que as vivenciam. Nas situações do dia a dia, muitas vezes, deparamos com cenas idênticas, e assim somos levados a agir de acordo com a experiência; somos espelho para o outro e o outro também passa a ser nosso espelho.

A experiência tem provado que pais e educadores bem orientados empregam a história como meio eficaz para ensinar bons costumes, promover ética e valores, corrigir falhas na formação do caráter e premiar atitudes nobres e justas.

A história é um grande divertimento para o espírito, principalmente se o narrador se preparar para o ato. Há de ter um bom início, com a apresentação do perfil dos personagens e o âmbito onde atuaram; um ponto culminante em que a vida e o inesperado se digladiam, a fim de conquistar e cativar a audiência, com um desfecho imprevisível, agradável, que proporcione o alívio da tensão emocional.

Para completar a diversão, o uso de teatrinho de fantoches, sombra, origamis e dramatização espontânea, fortalece a empatia com audiência.

As histórias podem educar crianças, moços e velhos, elas ficam guardadas no tempo e na memória e podem servir como uma lição, uma advertência ou como um conselho.

O conto é elemento de primeira grandeza na educação da criança e o uso intencional dele pode auxiliar e despertar o desejo de praticar o bem, de cuidar de sua existência, fortalecendo conceitos e ensinamentos sobre higiene corporal, alimentação, prevenção da saúde e do meio ambiente. Além de resgatar a importância da educação e o cuidado com a conservação das escolas e dos livros.

Os aspectos educativos visam com as histórias a expansão da linguagem, já que enriquecem o vocabulário, a expressão e a articulação; estimulam a criatividade, imaginação e inteligência; alargam horizontes e ampliam o conhecimento; socializam e identificam os âmbitos e encontros; por meio da imitação de bons exemplos e situações decorrentes das histórias, valorizam a diversidade, as diferenças individuais e cultivam a memória de uma sociedade.

Para Monteiro Lobato a Aritmética, entendida por meio de cálculos e frações, fez-se mais compreendida sob a forma de história. Já Julio Verne encantou e encanta até hoje uma legião de adolescentes, o próprio Santos Dumont o teve como inspiração para a criação e construção do avião.

A história passa a ser elemento essencial no desenvolvimento intelectual e na linguagem infantil, instrui e facilita a aquisição de novos conhecimentos, a partir de cenas da vida real, educacional, doméstica e de lazer. Desenvolve o gosto artístico, observado nas artes cênicas, e a educação religiosa dos povos.

Os contos exercem ações benéficas sobre o corpo e a mente humana. Muitas pessoas enfermas passam a se sentir melhores quando no tratamento médico e tecnológico, agrega-se uma boa história, e isto é acolhimento humanizado.

No caso de uma criança adoecida, sempre existe espaço para o mundo do “faz de conta”, a história canaliza a imaginação e tudo que é estático pode se transformar em dinâmico. Um brinquedo pode ganhar vida, falar, pensar e se expressar.

Brinquedos tem o poder de contar histórias e ajudam a resolver conflitos emocionais. Jamais subestime a imaginação de uma criança, mesmo que ela seja especial, pois seu espaço está sempre povoado de formas, sentimentos, movimentos, cores e sons.

Uma história só encantará e fidelizará a atenção do sujeito, se for narrada com verdadeiro êxito e se estiver rigorosamente adequada à imaginação dele. Vale conhecer alguns dos segredos que competem à arte de contar histórias: estar aberto para amar a leitura e ter interesse pelo nosso folclore (identidade nacional que garante e fortalece nossa cultura); estudar o conto e o propósito do autor; narrar a verdade, assim o personagem se faz real no drama; ler constantemente o mundo das crianças, jornais, revistas, almanaques, quadrinhos e livros, muitos livros! Se possível crie os seus, leia inclusive os sobre Psicologia da Criança e do Adolescente que nos revelam conhecimento e noções elementares e fundamentais para o fortalecimento das relações interpessoais.

Além disso, assista aos desenhos animados, comédias, filmes e vá ao teatro; navegar na internet já faz parte do cotidiano de nossas crianças e jovens, aprenda com eles. Na globalização, o que vale é o que se aprende; depois da vivência, faça as suas anotações fantásticas do que foi lido, visto, ouvido, tocado e sentido, assim terá certeza que Maktub!

Reflexão: Se no final do dia, após as obrigações como exercícios físicos, cursos e trabalhos escolares, a criança ainda receber uma história que alimente o espírito, seu sono será tranquilo e o repouso saudável, preparando-a para um novo dia de aprendizagem.

A palavra Maktub quer dizer “carta” em árabe, contudo foi traduzida como “está escrito” para este artigo.

Por Valdir Cimino, fundador da Fundação Viva e Deixe Viver

Leia também: Livros constroem cérebros e ligações afetivas

Atualizado em 29 de fevereiro de 2024

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