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Separação Conjugal na Pandemia: Qual a melhor conduta com as crianças?
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Separação Conjugal na Pandemia: Qual a melhor conduta com as crianças?

Separação Conjugal na Pandemia: Qual a melhor conduta com as crianças?

02/06/2021
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A atual pandemia que estamos vivendo nos desfia a permanecer em isolamento físico e a conviver com uma preocupação constante sobre nossa saúde e das demais pessoas.

A rotina ganhou novas adaptações e estamos aprendendo um inédito modo de convier e viver. Para alguns o trabalho se tornou online, para outros a escola se tornou homescholling e o contato se tornou virtual. Esconder suas expressões faciais atrás de uma mascara se converteu em um ato de educação e empatia.

As famílias foram diretamente afetadas com todo esse cenário, principalmente as crianças. Tenho recebido diversos pedidos de orientação parental devido a sintomas emocionais nos pequenos, como reações de medo de morrer ou adoecer, crises de ansiedade, alterações no apetite e sono.

Contudo uma demanda tem crescido consideravelmente, que é a separação conjugal desse momento pandêmico. Os casais tem buscado alternativas para iniciar um processo de separação saudável para toda a família, mas principalmente para as crianças pequenas.

Considerando todo o histórico de tensão emocional que a pandemia trouxe, uma separação conjugal se torna mais um grande obstáculo para ser superado nesse grande quarto escuro que estamos.

Existem diversas estratégias lúdicas que podem revigorar o emocional das crianças e auxiliar no momento da ruptura conjugal. Ações de ludicidade despertam o interesse dos pequenos e ao mesmo tempo dão indícios da realidade concreta a ser vivida.

A linguagem do faz de conta é um ótimo meio para introduzir temas delicados. A leveza do brincar propicia que a criança vá se acostumando com novas realidades e internalize soluções de como lidar com adversidades.

Na medida que as pais vão inserindo verdades similares a vida real nas brincadeiras, as crianças vão inconscientemente se acalmando com fatos nunca vividos anteriormente.

Estratégias de comunicação sobre separação

Os pais podem começar o processo com pequenas mudanças físicas, como separar o local de dormir ou alternar os passeios com apenas com um genitor por vez. Subjetivamente essas pequenas variações já trazem reflexão para as crianças, afinal são indicativos de afastamento.

Se houver questionamento por parte das crianças sobre o porque certas mudanças estão acontecendo, os genitores tem uma grande oportunidade de introduzir o tema de modo verbal. Falas sobre felicidade cabem nesse momento, afinal “o papai e a mamãe ficam mais felizes assim, cada um no seu lugar.” Ressalte que ambos sempre serão pais dela/dele, mesmo que cada um esteja em um ambiente.

A próxima etapa seria estabelecer uma brincadeira de faz de conta sobre personagens que formam uma família, mas que se separam. Entretanto descobrem que estar longe trás melhor convivência. Essa história pode ser desenvolvida com fantoches ou com poucas páginas de um livro feito pelos próprios pais.

A repetição da mesma brincadeira irá aguçar a curiosidades das crianças ao tema, até ao ponto do questionamento verbal aparecer. Quando os pais serem questionados “porque repetimos sempre a mesma brincadeira”, é uma bela ocasião para explicar, que “o papai e a mamãe estão passando pela mesma situação da brincadeira”. E que ambos vão continuar amando e cuidando da criança como anteriormente, só que de maneira separada.

Essa abordagem delicada e respeitosa irá facilitar o enfrentamento a toda a situação. Reitero que quando os pais atingirem a fase de comunicação verbal sobre a separação, muitas perguntas podem ser feitas pelas crianças. E todas devem ser respondidas de modo verdadeiro, se afastando de inverdades ou exageros.

A identidade enquanto mãe e pai não será em momento nenhum modificada, o que muda é o estado civil em relação ao parceiro. Recordar que o amor e cuidado com a criança irão permanecer também é algo para ser constantemente lembrado.

Yasmine Martins

Yasmine Martins

Psicóloga formada pelo Centro Universitário São Camilo e mestre em Ciências da Saúde com ênfase em Psicologia Infantil. Possui pós-graduação em Neuropsicologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. É coordenadora da pesquisa PRONAS Eye-tracking e assessora científica do Autismo e Realidade do Instituto PENSI.

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