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Você sabia que os acidentes são uma das principais causas de mortes na infância?
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Você sabia que os acidentes são uma das principais causas de mortes na infância?

Você sabia que os acidentes são uma das principais causas de mortes na infância?

21/07/2022
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Segundo um estudo de 2021 da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), as principais causas das mortes em crianças menores de seis anos no Brasil são as complicações perinatais, que representam um terço do total, seguidas de 25% de causas externas ou acidentes, que são evitáveis com prevenção e promoção de saúde.

Quando falamos de acidentes, nos referimos a uma gama muito grande de eventos. No Sabará Hospital Infantil, como em todos os serviços de pediatria, o acidente mais comum é a queda. Quando atuava como pediatra e o pai relatava algum acidente, o que mais ouvia era: “mas doutor, foi um minuto”. Sim, um segundo pode ser fatal.

Queda de criança pequena pode ocorrer em todos os lugares: desde cair do berço, do trocador, da cama ou do sofá quando se é bebê ou nas quedas frequentes do início do aprendizado de andar. Geralmente, as quedas chamadas da própria altura e sem velocidade não causam grandes danos, são de baixo risco e raramente levam ao hospital. Com o passar dos anos, as quedas vão se tornando mais perigosas e estão associadas às brincadeiras e brinquedos como patins, patinetes, skates, bicicletas, balanços e outros brinquedos de parquinhos, como trepa-trepa e gangorras.

Quedas e colisões também ocorrem na prática de esportes. Para preveni-las, é necessário estar atento quando a criança é pequena e orientar sobre os riscos aos maiores. Na prática de atividades de risco, utilizar equipamentos de proteção individual, como capacetes adequados e outros protetores, é essencial.

Em segundo lugar como causa de morte por acidentes, está o afogamento. A maioria ocorre perto de casa ou em casa. 75% deles acontecem em água doce e só 15% em água salgada, o restante são nas chamadas águas naturais, piscinas, tanques, banheiras, baldes, etc. A prevenção aqui se dá com a atenção redobrada, principalmente com as crianças pequenas, e dificultando os acessos e utilizando boias e materiais de segurança. Outro ponto importante é ensinar às crianças a nadar o mais cedo possível se ela tiver acesso frequente à piscina, ao mar, lagos etc.

Outros acidentes, como queimaduras, diminuíram muito após a retirada do álcool a 90% do mercado, mas ainda ocorrem, principalmente, com o uso de fogos de artifícios nas comemorações de final de ano, festas juninas, jogos e demais eventos. Nossa recomendação é para não usar os fogos de artificio de maneira alguma, nem por adultos e muito menos por crianças. É algo realmente perigoso, que além de queimaduras pode ocasionar vários tipos de acidentes.

Mais incomum, mas com ocorrências com certo aumento são os acidentes por intoxicação. Na verdade, os acidentes por intoxicação medicamentosa ocorrem mais em crianças pequenas, que tomam a medicação de pais ou avós pensando se tratar de balinhas. Também pode ocorrer intoxicação por ingestão de alguma planta ou substância tóxica, mas isso é mais raro. Os adultos devem garantir que as medicações estejam sempre guardadas e, se possível, trancadas, para que as crianças não tenham acesso. Isso também vale para os adolescentes, pois o número de tentativas de suicídio com medicação entre os jovens também aumentou. Nesse último caso, não se trata de acidente, uma vez que é de maneira consciente.

Finalmente, falamos dos acidentes com veículos automotores. Crianças e adolescentes têm sido vítimas cada vez mais frequentes de acidentes de trânsito, seja por que estão dentro do veículo ou como vítimas de atropelamento. Infelizmente, a falta de consciência dos motoristas do nosso país faz com que sejamos recordistas de acidentes e as mortes no trânsito aumentam anualmente. Apesar do uso do cinto de segurança estar sacramentado nos grandes centros, ainda precisamos nos habituar e fazer campanhas pelo uso correto das cadeirinhas nas diversas faixas etárias. O uso de capacete por crianças em motocicletas também deve ser melhor regulamentado, uma vez que esse meio de transporte é cada vez mais popular no Brasil todo. Também é preciso uma punição mais efetiva para os condutores que dirigem alcoolizados e drogados e causam milhares de mortes todos os anos no país.

Para finalizar, o mais triste dos acidentes é o causado por arma de fogo, que, infelizmente, está cada vez mais frequente com a campanha de armamento indiscriminado da população. É sabido que a presença de uma arma dentro de casa aumenta, em muito, a chance de morte por acidente, e muitas vezes a vítima é uma criança. Balas perdidas nas comunidades do Rio de Janeiro também são acidentes muito tristes e só no ano passado morreram quase que uma criança por semana vítima de bala perdida.

Como se pode ver, acidentes ocorrem, mas muitas vezes podem ser evitados. Para isso, recomendamos algumas atitudes:

1. Seja você um exemplo, respeitando as regras de segurança;

2. Converse com seus filhos sobre os riscos de maneira franca e educativa;

3. Tenha regras de segurança combinadas e as aplique sempre que necessário;

4. Use cinto de segurança;

5. Use equipamentos de segurança como capacetes, óculos e protetores de membros;

6. Use as cadeirinhas de modo adequado;

7. Não use fogos de artificio;

8. Não tenha armas de fogo em casa;

9. Deixe as medicações fora do alcance das crianças e dos adolescentes

10. Mantenha as crianças sob vigilância enquanto sua idade necessitar;

11. Dificulte o acesso à piscina.

Saiba mais: 

Fonte: 

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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