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Agora é a vez da catapora
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Agora é a vez da catapora

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20/12/2022
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Depois do sarampo, da Monkeypox (varíola do macaco) e do medo da volta da Poliomielite (ou paralisia infantil), a cidade de São Paulo apresentou um crescimento no número de casos de catapora (varicela). Houve um aumento de 65% em 2022, comparado aos dados de 2021. Ao todo, foram 213 quadros confirmados de infecção pelo vírus varicela-zóster, que causa a doença. Parece pouco, mas é quase o dobro dos 129 casos que ocorreram em 2021. Esse ano foram 56 surtos – quando há aumento repentino de casos – até outubro deste ano. Esses dados são de um levantamento da Prefeitura do Município de São Paulo.

A baixa cobertura vacinal contra varicela é o principal motivo para o aumento da doença. Hoje, a vacina tetraviral, que protege contra a doença, está com cobertura inferior a 50% da população-alvo nacional, de acordo com análise do Observa Infância (Fiocruz/Unifase). A vacina tetra viral (SCR-V) está disponível no Programa Nacional de Imunização (PNI) e protege contra catapora, caxumba, sarampo e rubéola. Ela deve ser aplicada em duas doses: uma aos 15 meses de idade e outra aos 4 anos.

A primeira dose da vacina já garante proteção de 85% contra a catapora e, com a segunda dose, a proteção é de 97%. Assim, caso ocorra a infecção pelo vírus, os sintomas tendem a ser mais leves e não evoluem para quadros graves que demandem hospitalização. Os mais atingidos pela doença são crianças e pessoas não vacinadas. Isso porque, ao pegar a doença uma vez – o que geralmente acontece na infância, já que o vírus é altamente contagioso e circula com facilidade em creches e escolas -, a pessoa se torna imune a ela.

O diagnóstico da catapora é clínico. Os sintomas mais comuns são o aparecimento de manchas vermelhas ou pequenas bolhas avermelhadas pelo corpo, coceira, febre baixa a moderada com duração média de quatro dias, mal-estar, cansaço, dor de cabeça e perda de apetite. Geralmente, eles começam duas semanas após o contágio, entre 10 e 21 dias.

Não há um tratamento específico para a catapora. Os infectologistas recomendam ter cuidado com a higiene da pele, lavando-a regularmente com água e sabão e sintomáticos para febre e prurido (coceira). Devemos evitar o uso de AAS e também é importante isolar o paciente por sete dias a partir do aparecimento das lesões de pele, para evitar a transmissão.

Em geral, a varicela não apresenta quadros graves, mas em alguns casos, é possível que ela leve a infecções secundárias graves, o que pode causar quadros de encefalite, por exemplo, que é uma doença inflamatória do sistema nervoso central e que pode levar à morte. Pacientes imunossuprimidos (pessoas com doenças autoimunes, que passaram por transplantes de órgãos, vivem com o vírus da aids, estão realizando quimioterapia etc), recém-nascidos e gestantes são grupos de risco.

A Secretaria Municipal de Saúde disse que “algumas circunstâncias” podem explicar a alta, como “a circulação das crianças após um longo período de isolamento social intermitente imposto pela pandemia de covid-19 nos anos de 2020 e 2021, elevando o risco de exposição de mais crianças ao mesmo tempo a vários vírus que circulam nos ambientes”. O órgão esclarece que a notificação de surto é feita quando há o registro de um caso de varicela em locais específicos, como creches, hospitais, escolas, entre outros.

De qualquer maneira, a queda das taxas vacinais explicam muito bem o aumento de casos, é só ver os números. Até novembro foram aplicadas 116 mil doses de vacina contra a doença em crianças de 1 ano e 3 meses e mais de 144 mil em crianças de 4 anos, informou a pasta municipal. Muito abaixo do público-alvo.

Voltamos a lembrar que todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais Integradas (AMAs) oferecem o imunizante contra a varicela e as demais vacinas obrigatórias no calendário de vacinação, de maneira gratuita e sem necessidade de agendamento prévio, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados, nas AMAs/UBSs Integradas no mesmo horário.

Faça a sua parte e mantenha as carteiras de vacinação – a sua e a de seus filhos – sempre atualizadas, evitando doenças preveníveis por imunização. As vacinas são a forma mais importante, segura e eficaz de evitar doenças!

 

Fonte:

Saiba mais:

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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