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Chá de erva-doce, erva-cidreira, camomila, melissa e hortelã.
Atire a primeira pedra quem nunca se perguntou se o bebê pode tomar chá para amenizar a cólica, formação de gases, melhorar a qualidade do sono ou para curar um resfriado. Apesar de ter sido uma prática muito comum dos nossos pais e avós, manuais e guias nacionais (Manual de Alimentação da Infância à Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2018, e Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos do Ministério da Saúde, 2021), assim como diretrizes internacionais (Organização Mundial da Saúde, 2023), contraindicam a oferta de chás para menores de 6 meses.
É recomendado, até os seis meses de vida, o aleitamento materno exclusivo, sem qualquer necessidade de outros líquidos, como água, água de coco, chás, sucos, leite de vaca ou de outros mamíferos; nem de alimentos sólidos, como frutas, vegetais, cereais etc. Na impossibilidade desta nutrição de forma parcial ou plena, a fórmula infantil adequada para idade é o produto indicado para complementar ou nutrir na totalidade o bebê.
Não se esqueça de que o que se conhece por chás são infusões de ervas ou alimentos que contêm ativos naturais, chamados fitoquímicos, e que podem atuar como calmantes, digestivos, diuréticos, anti-inflamatórios, hipoglicemiantes, ou seja, contêm propriedades terapêuticas e que, em doses não conhecidas, podem trazer riscos para o bebê.
Após os seis meses, já tendo adquirido mais maturidade intestinal e imunológica, o bebê pode, em conjunto com o início da alimentação complementar, ser apresentado, de forma gradual, aos chás naturais, desde que diluídos e sem qualquer adição de açúcar, adoçante ou mel. Entretanto, vale enfatizar que os líquidos de maior importância na rotina alimentar e nutricional são, em primeiro lugar, o leite materno ou fórmula infantil, e, em segundo lugar, a água – esta iniciada juntamente com os alimentos sólidos e sendo essencial para a manutenção do estado de hidratação, uma vez que o leite vai sendo reduzido, gradualmente, ao passo que o bebê passa a aceitar outros alimentos.
Os chás podem ser seguros, considerando os seguintes pontos:
Modo de preparo → 1 colher de chá das ervas ou gengibre ralado (ou um saquinho de chá) para 240 ml de água. Ferva a água e despeje sobre as ervas ou alimento. Deixe em infusão por 5 a 10 minutos, coe e deixe esfriar. Não adoce. Você pode oferecer em temperatura ambiente ou morno. Quantidade para 2 porções.
Vale muito a atenção a esses produtos, pois em quantidade inadequada – concentração e frequência de ingestão – suas propriedades terapêuticas podem causar danos significativos, como diarreia, vômitos, desidratação, danos hepáticos e renais, podendo até levar ao óbito. Além disso, apesar de menos grave, essas bebidas com baixo valor calórico e nutricional, podem acabar substituindo outros alimentos de melhor qualidade, como o leite materno, fórmulas, leite e iogurtes, nas refeições menores, não sendo uma prática recomendada.
Portanto, a partir dos 6 meses, de forma segura, não substituindo outros alimentos mais nutritivos e tendo uma indicação, bebês e crianças podem tomar um chazinho, sim!