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Nem toda criança sabe, mas, muito antes de o celular ser um dos principais aparelhos de comunicação, a forma mais rápida para conversar com as pessoas em qualquer lugar do mundo e ficar sabendo das novidades era o telefone com fio. Essa nostálgica invenção é composta por duas partes: o teclado numérico e o fone, por onde entra a voz e sai o som, tudo interligado por um fio.
A 141 anos atrás, o professor escocês Alexander Graham Bell realizava alguns testes com um equipamento ainda mais antigo, chamado de telégrafo, que transmitia mensagens via código Morse. O objetivo do inventor era fazer com que o som chegasse ao outro lado da linha ao invés da mensagem codificada, e, depois de muitos testes em sua oficina, ele teve sucesso. Inventores americanos e italianos alegaram que conseguiram o mesmo resultado na mesma época, mas Graham Bell foi o primeiro a registrar e patentear esse meio de comunicação e, por isso, se tornou o “Pai do Telefone”.
O inventor conseguiu criar o telefone porque a tecnologia do telégrafo era muito parecida, e, basicamente, só foi preciso adaptar um microfone e um alto-falante ao sistema que já existia. No microfone, existe uma membrana de grãos de carvão que vibra com o ar sempre que um som é produzido pela nossa voz, e essas vibrações estimulam o funcionamento de uma peça que produz um sinal elétrico que se propaga pelo fio. A frequência de vibrações chega ao outro lado da linha, no alto-falante da pessoa que está escutando, onde acontece o processo oposto: o sinal elétrico é decodificado e se transforma em uma frequência específica, transmitindo exatamente a voz de quem está falando.
Quando o telefone começou a se tornar popular e muitas pessoas começaram a utilizá-lo, foi preciso criar uma série de conexões, que, inicialmente, eram operadas por uma pessoa. Assim, quem fazia a ligação solicitava para o telefonista conectá-lo a outro telefone, o que acontecia graças a uma rede composta por fios de cobre que interligavam todos os aparelhos. No início do século XX, esse processo foi automatizado e melhorado, com a criação das centrais telefônicas que conhecemos hoje, que fazem a conexão direta com a outra linha a partir da chamada de um número de telefone, além da instalação de caixas telefônicas e cabos de fibra óptica, que aprimoraram a qualidade das chamadas telefônicas.
Aqui no Brasil, a primeira linha telefônica foi instalada no Palácio da Quinta Boa Vista, lar do rei Dom Pedro II, em 1877, por uma necessidade política de se conectar aos seus ministros com urgência. Nessa época, o telefone ainda era bem diferente do que conhecemos hoje! Aos poucos a invenção foi sendo usada pelos brasileiros, mas, até a década de 80, apenas algumas residências possuíam esse objeto de luxo, pois o serviço ainda não era tão eficiente. Tudo foi aperfeiçoado, inclusive o próprio telefone fixo, que agora é utilizado por apenas 1 em cada 10 pessoas, que preferem a mobilidade e praticidade do celular.