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Os ftalatos, assim como o bisfenol A (BPA) e outros compostos químicos, são considerados um desregulador endócrino, pois imitam a ação de certos hormônios naturais do organismo e pode provocar uma série de complicações.
A resistência à insulina tem sido associada com diabetes e doenças cardiovasculares. Em alguns grupos de adolescentes, o aparecimento de produtos químicos chamados ftalatos na urina está associado a esse fato, conforme um estudo publicado na revista Pediatrics de setembro.
Em uma preocupação com o aumento da taxa de diabetes (e outros problemas do sistema endócrino) na juventude mundial em meio a estudos laboratoriais que sugerem a possibilidade de um papel para os ftalatos na resistência à insulina, os investigadores procuraram uma associação dessa ocorrência desse grupo de compostos químicos na urina dos adolescentes.
Eles revisaram os dados entre 2003-2008 NHANES (National Health and Nutrition Examination Survey) para 766 pessoas, de 12 a 19 anos de idade, e analisaram os resultados laboratoriais para os sinais de exposição de um ou mais de três produtos químicos particulares da família dos ftalatos na urina, como também a incidência de resistência à insulina. Além de analisar os dados do NHANES, a pesquisa também abordou etnia e estilo de vida dos adolescentes.
Os pesquisadores observaram que os níveis mais elevados de ftalatos (ou metabólitos de ftalatos) na urina de alguns subconjuntos dos participantes do estudo incluíam mulheres e adolescentes mexicano-americanos. Adolescentes de famílias de renda mais alta tiveram menores concentrações de uma determinada substância química chamada de LMW na urina. Outro produto químico, o DEHP, foi associado a um aumento da resistência à insulina em participantes do estudo.
A fonte significativa de exposição aos ftalatos são as embalagens plásticas de alimentos, embora as crianças e os adolescentes possam ser expostos por meio de outros bens de consumo também. Existem alternativas para plásticos contendo ftalato para alimentos, como o papel encerado e o papel alumínio.
Não se sabe se as crianças e adolescentes são resistentes à insulina por consumir alimentos com um maior conteúdo de ftalato, ou se as insulino-resistentes excretam mais DEHP na urina, mas os autores recomendam uma investigação adicional para determinar os efeitos do ftalato.
Como no caso do bisfenol, ainda vai ter algum tempo de polêmica sobre o assunto até termos dados que comprovem os pontos negativos.
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Fonte: Urinary Phthalates and Increased Insulin Resistance in Adolescents | Pediatrics
Atualizado em 20 de maio de 2024