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A importância da refeição em família
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A importância da refeição em família

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04/10/2012
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Por anos da minha prática médica, digo às famílias e friso aos adolescentes sobre a importância de fazerem as refeições em família. Saiba que os jantares juntos fazem a diferença. Essa reunião não só ajuda a prevenir a obesidade, como colabora para que as crianças tenham melhor rendimento escolar, além de mantê-las longe de problemas.

Agora, para minha surpresa, um estudo diz que isso é uma bobagem. Bem, não exatamente dessa forma. Os pesquisadores de Cornell que escreveram o Assessing Causality and Persistence in Effects of Family Meals on Adolescent and Young Adult Well-Being”, concordam que os jovens que jantam com suas famílias têm menos probabilidade de sofrer com abusos de substâncias químicas, depressão e terem um comportamento que beire à delinquência.

Eles afirmam que não são os jantares de família que modificam o comportamento dos adolescentes, mas sim as fortes relações pessoais dentro do lar. As famílias que compartilham esse momento com frequência estão propensas a se comunicarem mais e, geralmente, os membros dela ficam mais próximos. Os pesquisadores colocam que essa atitude acontece mais em famílias biparentais, de maior renda. No fim, esses são fatores que fazem a diferença, dizem eles, não só fazer um refeição com todos reunidos.

Eu não estou prestes a desistir dos jantares em família e eu não mudo meu conselho sobre o assunto, pois as conclusões do meu trabalho são as evidências do que eu penso. Relações familiares fortalecidas ajudam às crianças a lidarem melhor com os problemas e a ter suporte de alguém em momentos de dificuldades. Isso se reflete na autoestima e garante mais confiança a elas. Contudo, é preciso que o clima seja propenso a isso, ou seja, que haja diálogo para todos serem ouvidos e trocarem ideias durante a refeição.

Não é tão útil para eu dizer aos pais: tenha um bom relacionamento com seu filho adolescente. Nós todos queremos isso. É o fazer acontecer que é difícil de concretizar, tendo em vista que, uma vez que seus filhos se tornam adolescentes, eles evitam estar por perto. Eles querem ficar com os amigos ou sozinhos. Fora dos passeios de carro, é difícil conseguir qualquer momento para conversar com eles e, quando começam a traçar seu trajeto e se guiarem por ele, pode ser mais complicado existir uma pausa para o diálogo.

Refeições em família lhe darão a chance de saber como andam as coisas por meio de uma conversa com seu filho, mesmo que seja difícil. Sem contar que é uma maneira prática e tangível para enviar a clara mensagem de que você se preocupa com o que acontece com ele e que ele faz parte da família. Essas são as boas mensagens que devem ser transmitidas (se importar com a alimentação deles também é uma boa ideia).

Leia também: Dicas para melhorar a alimentação dos seus filhos

Ok, talvez os encontros da família aconteçam e funcionem por causa da nossa cultura familiar. Talvez, essa cultura tenha êxito por causa das reuniões familiares. É uma coisa de galinha e do ovo, mas será que realmente importa o que veio primeiro?

Percebo que a pesquisa diz que os jantares de família não são a varinha mágica; imaginar que não existe uma solução simples para manter os adolescentes longe de problemas não é a solução. Você tem que começar em algum lugar, com pequenas ações como essa, que podem ajudar bastante.

Então, se você já faz refeições em família, por favor, não pare. E, se não fizer, por favor, tente experimentá-las, mesmo que seja apenas uma vez por semana e a comida seja uma pizza comprada fora. Desligue a TV para que todos à mesa tenham uma conversa.

Não se preocupe se, a princípio, a atitude parecer desconfortável, mas procure mantê-la. Não há fórmula correta, portanto, descubra o que funciona melhor para a sua família.

Fonte: Assessing Causality and Persistence in Effects of Family Meals on Adolescent and Young Adult Well-Being” (published in the Journal of Marriage and Family)

Atualizado em 2 de abril de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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