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É preciso ter prudência e calma na hora de decidir pelo uso dessas medicações
Mais uma vez, vamos falar de desordem do espectro autista, por ser uma doença cujo diagnóstico e a incidência aumenta no mundo todo.
Em um estudo, 64% das crianças com desordens do espectro autista (ASD) receberam prescrição com pelo menos uma medicação psicotrópica. Os autores descobriram que 35% das crianças diagnosticadas com ASD receberam, simultaneamente, prescrição para dois ou mais medicamentos que envolvem múltiplas classes de psicotrópicos e com duração mínima de 30 dias, e 15% tinham evidência de polifarmácia envolvendo três ou mais classes de drogas.
Combinações comuns de classes de medicamentos incluem:
• Antidepressivos e Déficit de Atenção (ADD medicamentos);
• Medicamentos antipsicóticos e medicamentos ADD;
• Antipsicóticos e antidepressivos;
• Antipsicóticos, antidepressivos e medicamentos ADD.
De acordo com os autores do estudo, alguns médicos que cuidam de crianças com ASD podem não estar cientes da extensão e dos efeitos do consumo de psicofármacos, especialmente em combinação com outras drogas, e isso pode ser uma preocupação particular para essas crianças complexas que, muitas vezes, vemos vários provedores.
Os autores recomendam que os prestadores de cuidados primários devem acompanhar atentamente a prescrição de medicamentos, os sintomas e a eficácia. Padrões de cuidados também devem ser desenvolvidos para medicação psicotrópica, usadas especificamente em pacientes com autismo.
Em se tratando de fármacos com ação psicotrópica, médicos, pacientes, pais e educadores de pacientes devem ter prudência e calma para o uso dessas medicações e aguardar que o uso seja definitivamente aprovado por meio de estudos clínicos bem feitos e que comprovem a eficácia de tais medicamentos.
Por Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: Psychotropic Medication Use and Polypharmacy in Children With Autism Spectrum Disorders | Pediatrics