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10/05/2023
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Abaetetuba, no Pará: UBS Fluvial, com profissionais da saúde e agentes comunitários, é solução para atendimento às comunidades ribeirinhas. Foto: Alécio Cezar/UNICEF

 

A Fundação José Luiz Egydio Setúbal renova apoio ao projeto do UNICEF que visa contribuir com municípios do Norte e Nordeste na identificação, registro e monitoramento de crianças com atraso vacinal ou não imunizadas no país

Utilizada para proteção tanto individual quanto coletiva de doenças, a vacinação é uma das políticas de saúde pública mais efetivas. E por muitos anos, diga-se, motivo de orgulho para o Brasil. Desde 2015, entretanto, houve uma redução na cobertura da vacinação de rotina principalmente de crianças menores de cinco anos, queda acentuada especialmente durante a pandemia de covid-19. A situação é grave e desafiadora. Atualmente, o Brasil conta com uma cobertura vacinal das mais baixas da sua história desde a criação do Programa Nacional de Imunizações. No Brasil, 1,6 milhão de crianças não receberam nenhuma dose da vacina DTP, que previne contra difteria, tétano e coqueluche, entre 2019 e 2021, e outras 700.000 tomaram a primeira e/ou a segunda dose, mas não tomaram a terceira (DTP3). Isso leva a um total de 2,4 milhões de crianças não imunizadas, segundo o relatório Situação Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação, do UNICEF.

Para entender os fatores relacionados à baixa cobertura vacinal, o UNICEF realizou um estudo qualitativo entre 2019 e 2020 sobre os fatores econômicos, sociais, culturais e da política de saúde relacionados à redução das coberturas vacinais de rotina em crianças menores de 5 anos. “Apareceram muitos fatores: fake news; o medo de reações adversas das vacinas; falta eventual de vacinas nas unidades de saúde; limitações de acesso aos serviços de saúde; baixa percepção de risco das famílias e de profissionais de saúde sobre doenças já erradicadas no Brasil; falta de tempo dos pais ou das mães solteiras para levar as crianças para vacinar em horário comercial; e falta de informação sobre a importância da vacinação”, enumera Antonio Carlos Cabral, especialista em saúde, HIV e primeira infância na Amazônia Legal brasileira.

Diante do preocupante cenário, nasceu a iniciativa de criação da Busca Ativa Vacinal (BAV), uma plataforma tecnológica inovadora e gratuita para apoiar os governos locais na identificação, registro e monitoramento de crianças não imunizadas ou em risco de não receberem vacinas. Para a iniciativa, o UNICEF conta com parceria estratégica da Pfizer e apoio da Fundação José Luiz Egydio Setúbal.. “É sabido que quanto maior a vulnerabilidade social das crianças e suas famílias, maior o atraso vacinal. Por isso, achamos a iniciativa do UNICEF de suma importância e resolvemos apoiar para garantir o desenvolvimento saudável de tantas crianças sem acesso à vacinação”, afirma o pediatra José Luiz Egydio Setúbal.

Dr. José Luiz Setúbal, com Agentes Comunitários de Saúde (ACS): visitas e monitoramento na região. Foto: Fátima Rodrigues Fernandes

A estratégia foi inspirada na atual iniciativa Busca Ativa Escolar (BAE), desenvolvida pelo UNICEF no Brasil em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), o Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (CONGEMAS) e o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS). A Busca Ativa Escolar já está presente em mais de 3,4 mil municípios brasileiros e 22 estados. Até agosto de 2022, mais de 116 mil crianças e adolescentes foram rematriculados. “Vacina não é só um problema de saúde. É uma questão intersetorial, daí a importância do trabalho integrado também com as áreas de educação e assistência social para identificação das crianças não vacinadas ou com atraso vacinal”, diz Cabral.

Foram escolhidos quatro municípios como pilotos da iniciativa: Abaetetuba (PA), Barreirinha (AM), Baturité (CE) e Campina Grande (PB). “Para a plataforma poder ser testada de diferentes maneiras, foram escolhidas cidades com características demográficas, realidades e diversidade étnica diferentes”, diz Cássia Marghett, oficial de filantropia para a Busca Ativa Vacinal. Abaetetuba, cidade de 160 mil habitantes, possui 72 ilhas, com comunidades ribeirinhas. Em muitos lugares o acesso é só por barco. “Temos a UBS Fluvial para chegarmos a essas regiões. Por cerca de 20 dias, a equipe de campo, formada por um médico, um enfermeiro, um dentista e agentes comunitários, visita essas comunidades”, conta Antonio Cabral. O barco é equipado com um laboratório para as coisas mais básicas e ali também funciona o próprio posto de vacinação. “Eles fazem desde atendimento de urgência até pré-natal. É um trabalho extremamente inspirador do ponto de vista humano e de resultados”, diz Fátima Rodrigues Fernandes, diretora executiva do Instituto PENSI.

Maria Solidária, com o neto Gutierre: programa-piloto em Campina Grande garantiu cinco doses em atraso. Foto: Júlia Ferreira Kacowicz/UNICEF

Em Campina Grande, outro município-piloto, Maria Solidária da Silva,  avó de Gutierre, de três anos, ficou mais tranquila depois que o neto recebeu as cinco doses de vacinas que estavam pendentes. “Na vida corrida, acabou ficando atrasado. É muito bom saber que ele está bem cuidado e até com as vacinas tomadas na creche”, disse.

Com os bons resultados nos municípios-pilotos, a Fundação José Luiz Egydio Setúbal dará continuidade a seu apoio. A estratégia da Busca Ativa Vacinal é voltada aos mais de 2.000 mil municípios brasileiros participantes da iniciativa Selo UNICEF na Amazônia Legal e no Semiárido brasileiros. “A filantropia estratégica é mais do que a generosidade e o amor à humanidade; ela é um olhar para a construção de um futuro para as nossas crianças através do investimento filantrópico continuado, que gera impacto e modifica indicadores sociais a longo prazo”, conclui Cássia.

Por Rede Galápagos

 

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