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“Ser família acolhedora é poder personificar a esperança e amor no futuro de uma criança”
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“Ser família acolhedora é poder personificar a esperança e amor no futuro de uma criança”

“Ser família acolhedora é poder personificar a esperança e amor no futuro de uma criança”

27/10/2023
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Aleixo, Alexandre, Tirzah e Arthur, comemorando um mês de vida: ele ficou com a família por sete meses. Foto: Arquivo pessoal

Da época em que fazia trabalho voluntário no abrigo Lar Vó Miriam, na Zona Sul de São Paulo, uma cena marcou a arquiteta Tirzah Martinez: as crianças faziam as refeições sozinhas à mesa, sem nenhuma cuidadora junto. “Como na minha casa esses momentos sempre foram muito ricos e importantes para a família, ficava triste por vê-las separadas, sem essa troca”, diz ela, que ajudava as crianças com as lições, dando reforço escolar. Passados alguns anos, ela conheceu a OSC Santa Fé e entendeu que, participando do Programa Família Acolhedora, poderia fazer a diferença de maneira mais efetiva na vida das crianças. “Ser família acolhedora é poder personificar a esperança para uma criança que precisa ser protegida naquele momento. E nesse processo de acolhimento a gente tem a oportunidade de transbordar amor. Um amor que fortalece e faz com que eles criem asas e possam voar com alegria e confiança na sua jornada”, acredita.

Tirzah experimentou a maternidade há 28 anos, quando nasceu seu primogênito, Marcelo. Engravidou pela segunda vez na pandemia e, em dezembro de 2020, nasceu Aleixo. Ter uma criança de 2 anos não a desencorajou para abrigar temporariamente Arthur, que chegou a sua casa com alguns dias de vida. O bebê encontrava-se em situação de risco no contexto familiar de origem. O conselho tutelar entendeu que, naquele momento, não seria seguro para o bebê continuar com a mãe biológica.

No teste do pezinho, Arthur positivou para toxoplasmose. Apesar de a maioria dos bebês infectados não apresentar sintomas ao nascer, eles podem desenvolver sintomas graves mais tarde na vida, como cegueira ou deficiência mental. Antes disso, Tirzah e o marido, o serralheiro Alexandre, já o haviam adicionado ao plano de saúde da família. Foram sete meses de convivência em família e cuidado individualizado, com visitas regulares ao pediatra e infectologista. Aos cinco meses, Arthur começou a ter refluxo e precisou de acompanhamento de um gastropediatra.

“O que mais nos assustou foi quando o Tutu teve uma bronquiolite e precisou ficar alguns dias internado na UTI”, conta. Ter o curso de técnica em enfermagem deu e dá segurança extra a Tirzah para cuidar de bebês. Se ela se arrependeu em algum momento? “Nunca. Às vezes batia um cansaço grande. Já tinha um bebê em casa e tive dias de muita exaustão, mas o arrependimento nunca veio por escolher ser uma família acolhedora.”

Alexandre, Aleixo, Tirzah e Emerson, de cinco meses:o segundo bebê acolhido. Foto: Arquivo pessoal

Há quinze dias, chegou o momento tão temido pelas famílias que participam do programa de acolhimento familiar: a hora de desacolher o filho temporário. Arthur ganhou uma família nova pela via da adoção. “É bem difícil. É como viver o luto do filho vivo, mas sei que é para um bem maior”, diz. Tirzah levará para a vida os momentos especiais que passou com o bebê e a certeza de que fez a diferença em um momento de vulnerabilidade extrema de Arthur.

Três dias depois da ida de Arthur, os Martinez acolheram Emerson, de cinco meses. Desta vez, a estada vai ser rápida, já que o bebê está em outra casa acolhedora. Como a família ficaria fora por 10 dias, numa viagem já programada antes de acolher o menino, Tirzah e Alexandre toparam cuidar dele no período. Eles estão entre as nove famílias ativas que participam do programa na ONG Santa Fé. Isso significa que estão participando também do projeto Impactos de Intervenções sobre a Institucionalização Precoce (EI-3), um estudo internacional, com participação do Instituto PENSI e de outras fundações e coordenado por três universidades americanas, que documenta e compara os impactos que o acolhimento institucional e o acolhimento familiar aprimorados operam sobre o desenvolvimento de crianças de zero a dois anos. “Fui a alguns encontros com as psicólogas do PENSI e do hospital Sabará com o Arthur. Eu sempre aprendia algo com elas. É muito gratificante fazer a diferença na vida dessas crianças que acolhi e acolherei e ainda participar de uma pesquisa tão importante.”

Como se tornar uma família acolhedora

Para se tornar uma família acolhedora, é necessário passar por um processo de seleção, que é realizado por uma instituição credenciada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Esse processo inclui avaliação psicológica, social e familiar (leia mais). As famílias acolhedoras recebem apoio financeiro de um salário mínimo do governo federal para custear as despesas com a criança ou adolescente acolhido. Elas também recebem orientação e acompanhamento de uma equipe técnica. Para saber mais sobre o programa da OSC Santa Fé, credenciada pelo CNJ, acesse aqui.

 

Por Rede Galápagos

 

Saiba mais:

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Comunicação PENSI

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