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O que os pais devem saber sobre a vacina de covid-19 para crianças menores de 5 anos?
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O que os pais devem saber sobre a vacina de covid-19 para crianças menores de 5 anos?

O que os pais devem saber sobre a vacina de covid-19 para crianças menores de 5 anos?

08/07/2022
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Como pediatra, junto-me a muitos de vocês para sentir puro alívio: as vacinas contra a covid-19 para crianças de seis meses a quatro anos são recomendadas pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e autorizadas pela Food and Drug Administration (FDA), órgão americano similar a nossa Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Agora, precisamos esperar que o mesmo ocorra por aqui e a Anvisa, o Ministério da Saúde e o Plano Nacional de Imunizações (PNI) adotem as vacinas para nossas crianças maiores de seis meses.

No Sabará Hospital Infantil, tivemos nesse ano um aumento significativo dos casos de covid-19 no pronto atendimento e no número de internações, mesmo em comparação aos períodos de maior intensidade da pandemia. Isso ocorreu, principalmente, entre as crianças menores de cinco anos.

A Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda a vacina contra a covid-19 para crianças nessa faixa etária, assim como várias sociedades médicas brasileiras. Em breve, poderemos proteger nossos bebês e crianças mais novas e aliviar o estresse que afetou a nossa saúde mental e de algumas dessas crianças, também ávidas por tomar vacinas que as protegessem.

Nos últimos meses, muitos de nós sentimos que estávamos paralisados no ano de 2020, ainda vivendo nos primeiros meses da pandemia. A covid-19 matou, por dia, duas crianças menores de cinco anos no Brasil, desde o início da pandemia. Ao todo, 1.439 crianças nessa faixa etária morreram em decorrência da doença nos dois primeiros anos da pandemia no país. É o que mostra um levantamento feito pelo Observa Infância em parceria com a Fiocruz, com base em dados coletados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.

Em 2020, foram registradas 599 mortes de crianças com até cinco anos em consequência da doença. Já em 2021, quando a letalidade da doença aumentou em toda a população, o número de vítimas infantis saltou para 840. Metade dos óbitos registrados está concentrada na região Nordeste do país.

Dados preliminares divulgados pelo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde indicam que a média de duas mortes diárias se mantém este ano. Entre janeiro e 13 de junho de 2022, o Brasil registrou um total de 291 óbitos entre crianças menores de cinco anos por doenças evitáveis com vacinas, especialmente entre crianças e famílias que se identificam como negras, latinas e nativas americanas.

Infelizmente, diversas crianças acabam ficando muito doentes, inclusive com síndrome inflamatória multissistêmica (SIM-C). Nem todos os países registram os óbitos por coronavírus com informações por faixa etária. Até junho de 2022, dados coletados pelo Unicef em 91 países mostram que a covid-19 foi a causa básica de óbito de 5.376 crianças menores de cinco anos no mundo. O Brasil responde por, aproximadamente, uma em cada cinco dessas mortes. A pesquisa ainda chama atenção para o fato de o Brasil contabilizar mais que o triplo de mortes de crianças com menos de cinco anos registradas nos Estados Unidos.

A boa notícia é que a vacinação em nossos pequenos, assim como em crianças mais velhas e adultos, provavelmente evitará infecções graves, complicações e mortes relacionadas à covid-19. Um estudo revelou, por exemplo, que duas doses da vacina da Pfizer reduzem o MIS-C em 91% dos jovens de 12 a 18 anos de idade.

O que os pais devem saber sobre a segurança da vacina contra a covid-19 para crianças menores de cinco anos?

A FDA realizou uma revisão muito cuidadosa e completa dos dados de segurança e eficácia da vacina para crianças menores de cinco anos – e estou confiante de que a autorização significa que podemos ter certeza de que qualquer vacina fará o seu trabalho com segurança e eficácia.

As vacinas para os nossos pequeninos são compostas por doses muito menores do que as vacinas para adultos: a da Moderna é de duas doses, cada uma com um quarto da dose dos adultos e com um mês de intervalo para crianças de seis meses a cinco anos; a da Pfizer é de três doses, cada uma com um décimo da dose de adulto, durante 11 semanas para crianças de seis meses a quatro anos.

Ambos os regimes de vacina mostraram resposta de anticorpos semelhante em crianças como nos estudos em adultos. Nenhuma preocupação significativa de segurança foi levantada nos testes – e agora também sabemos que milhões de crianças com mais de cinco anos receberam com segurança uma vacina contra a covid-19.

No cenário brasileiro, é possível considerar três possíveis vacinas contra a covid para os menores de cinco anos: CoronaVac, Pfizer e Moderna. No entanto, o uso de qualquer imunizante precisará passar pela análise da Anvisa.

Na corrida pela vacinação pediátrica contra a covid-19, a vacina CoronaVac está na frente. Isso porque o pedido de uso do imunizante para a faixa de três a cinco anos já foi protocolado, em março deste ano, e é analisado pela Anvisa.

Já recomenda por dois órgãos do governo norte-americano, até o momento, a Pfizer não protocolou o pedido pela ampliação de uso da vacina no Brasil, englobando crianças de seis meses até quatro anos, mas isso deve mudar em breve. Pelo menos, é o que sinaliza a farmacêutica.

Por fim, a vacina da Moderna também tem planos de desembarcar no Brasil e o pedido de autorização deve ser protocolado até o início do segundo do semestre. Por enquanto, a farmacêutica e sua representante brasileira, a Zodiac, já realizaram uma reunião técnica com a Anvisa, no início de abril.

Conclusão: tenho confiança na capacidade dessas vacinas de reduzirem significativamente (e com segurança) o risco de danos graves da covid-19 para nossos filhos menores – e é por isso que recomendo a vacinação o mais rápido possível, com qualquer regime disponível.

O que mais os pais podem fazer para proteger as crianças menores de cinco anos?

Milhões de crianças e adolescentes foram vacinados, mas muitos outros ainda precisam ser imunizados. Eles terão o maior grau de proteção duas semanas após receberem a última dose necessária, entretanto existem alguns passos que podemos continuar seguindo, como colocar máscaras de boa qualidade e bem ajustadas naqueles com dois anos ou mais. Enquanto crianças com menos de dois anos são muito jovens para serem mascaradas, uma dica é usar a capa de chuva em um carrinho para dar-lhes uma camada adicional de proteção quando estiverem em público.

  1. Proteja nossos pequeninos, certificando-se de que todos ao seu redor foram vacinados.
  2. Mantenha as reuniões pequenas e, idealmente, apenas com outras famílias que estejam imunizadas. Considere fazer testes rápidos antes do encontro.
  3. Quando possível, viaje por estrada em vez de avião ou trem para minimizar o contato com outras pessoas que possam estar contaminadas, especialmente aquelas cujo estado vacinal é desconhecido.
  4. Minimize o contato com grandes grupos dentro de casa, assim como em restaurantes.
  5. Quando possível, veja amigos e familiares ao ar livre. Se estiver dentro de casa, faça uso de uma boa ventilação, abrindo as janelas, por exemplo.

Estou ansioso para a vacinação dos pequenos, e sei que você também. Aguente firme – estamos quase lá para dar aos nossos pequeninos a proteção mais completa que temos.

Ser pai agora é um dos trabalhos mais difíceis que existem. Nestes tempos incrivelmente desafiadores, lembre-se de cuidar e ser gentil consigo mesmo. Afirme que você está fazendo o melhor que pode nessas circunstâncias excepcionais. Estou enviando a todos vocês, colegas pais, amor e solidariedade.

Fonte: Anvisa, Instituto Butantan, Pfizer e CNBC.

 

Saiba mais:

 

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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