PESQUISAR

Sobre o Centro de Pesquisa
Sobre o Centro de Pesquisa
Residência Médica
Residência Médica
A pandemia da Covid-19 e os pediatras que não estão na linha de frente
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Google Plus Compartilhar pelo WhatsApp
A pandemia da Covid-19 e os pediatras que não estão na linha de frente

A pandemia da Covid-19 e os pediatras que não estão na linha de frente

16/04/2020
  2743   
  0
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Google Plus Compartilhar pelo WhatsApp

Sou pediatra e nutrólogo, mas nesse momento, infelizmente, não posso atender meus pacientes. Sou considerado profissional de saúde de risco, por ser idoso e ter outras complicações que podem contribuir para um agravamento da minha condição pulmonar se eu for acometido pela Covid-19.

Me junto aos demais pediatras e profissionais da saúde, que não estão na linha de frente, mas que podem ajudar informando e orientando com base na nossa experiência de muitos anos na vida pediátrica.

De olho nisso, junto com o Instituto PENSI lançamos o Projeto Convida-20, que tem o enfoque na disseminação de conhecimento e informação gratuita e relevante para a sociedade a respeito da Covid-19. A proposta é que profissionais convidados, como médicos, nutricionistas, psicólogos, entre outros, compartilhem dicas por vídeos e textos que possam ajudar as famílias e as crianças nesse período de isolamento social. Fique de olho nos conteúdos que estamos publicando na página do Instituto PENSI, no Facebook e aqui, no Blog Saúde Infantil.

Abaixo, seguem algumas orientações que devemos reforçar e sensibilizar, sempre que possível:

A importância do isolamento social durante a pandemia da Covid-19

A sugestão de que os pais e crianças permaneçam em casa em isolamento voluntário, rapidamente pode passar a uma quarentena obrigatória, como ocorrem em diferentes países do mundo neste exato momento. E temos de lembrar que a quarentena pode variar de NÃO SAIR de casa, a não se afastar de um determinado local, mesmo que totalmente assintomáticos e sem estar com o vírus.

Como todos já sabem, o confinamento, a ausência de aulas e atividades, a impossibilidade de brincar com seus amigos ou praticar atividades físicas externas, a não visita aos parentes mais idosos e a impossibilidade de ter alguém cuidando podem criar um estresse e gerar alto grau de ansiedade nas crianças.

O medo, o pânico, as notícias se sucedendo praticamente a cada instante também contribuem para um ambiente tenso dentro das casas, que podem levar a uma insegurança grande para os adultos e, imediatamente, com reflexos para os menores.

Dicas para prevenir o contágio pela Covid-19

Precisamos tentar manter um ambiente seguro, de enorme cuidado com a higiene das mãos e secreções. O uso do álcool gel deve ser destinado a locais fora de casa, o que não se aplica as crianças que tem acesso à lavagem das mãos. Uma dica importante para os adultos que estão responsáveis pelo cuidado com as crianças é sempre lembrar de lavar as mãos assim que chegarem em casa e trocarem a roupa e sapatos que foram usados na rua.

Uma dica: pode-se deixar uma muda de roupa e sapatos logo na entrada das casas. Além disso, deverá ser considerada uma regra – dentro e fora das epidemias – não tocar nas crianças antes de higienizar muito bem as mãos.  O mesmo cuidado deve ser tomado nos preparos de refeições, nas limpezas de banheiros e brinquedos. E não estamos falando isso somente para famílias com indivíduos doentes pela Covid-19. Estamos falando de cuidados preventivos para todos.

Orientações para os pais

No entanto, talvez o maior problema que as crianças neste momento está passando é a falta de perspectiva de mudança. Não sabemos quanto tempo demorará para retornamos à normalidade e que tipo de apoio precisaremos a cada instante. Um dia organizado, com tarefas organizadas, com brincadeiras que demandem algum grau de movimentação, tarefas complementares a escola, independentemente se houver ou não algum tipo de orientação escolar, podem ajudar a ocupar o tempo ocioso dos pequenos.

Aproveitar o tempo para ler, brincar, cantar, contar histórias e desvincular um pouco das telas (telefones, computadores, tablets e televisores) são algumas das opções. Além disso, é recomendado usar de forma organizada as atividades eletrônicas, determinando horários para uso de aplicativos, para ver filmes e desenhos, jogos e outras formas de distração.

A informação sobre a pandemia deve ser dada de forma correta, não escondendo dados de gravidade, mas mostrando que as crianças podem e devem ser parte da corrente de apoio e solidariedade. Aproveite os aplicativos para conversar com outros parentes mais velhos que estão isolados, com os amigos da classe e para estabelecer tarefas comuns. Todos devem ajudar nas atividades da casa, como na limpeza, na organização de eventos, na arrumação dos quartos, entre outras.

Os adultos têm de cuidar, mas tem obrigatoriamente a necessidade de se cuidarem, para que não faltem responsáveis para as crianças. Esta semana vi alguns médicos que conseguiram deixar seus filhos com vizinhos, mas existirá a necessidade de uma planificação de cuidados e cuidadores.

Com planejamento (uma palavra que sempre utilizamos em nossos textos para a educação nutricional), poderemos nos preparar da melhor forma possível, se tivermos o momento do isolamento total. Temos de ter a certeza de que as coisas passarão, mas até a chegada do tempo de retorno, ainda muita coisa acontecerá e precisamos nos cuidar.

As crianças e adultos precisam estar preparados emocionalmente para esta situação. E, nós profissionais da saúde, poderemos ajudar com informação, formação e apoio de qualquer tipo.

Saiba mais:

Como proteger sua família do coronavírus

Conversando com crianças sobre o COVID-19

Coronavírus: lidando com o fechamento das escolas

Brincadeiras para fazer em casa com as crianças

O que fazer com meu filho doente em tempos de Coronavírus?

9 dicas de como cuidar de alguém com o COVID-19

Dr. Mauro Fisberg

Dr. Mauro Fisberg

Pediatra e Nutrólogo. Coordena o Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares (CENDA) do Instituto Pensi. Membro do corpo de orientadores em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria da UNIFESP.

deixe uma mensagem O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

posts relacionados

INICIATIVAS DA FUNDAÇÃO JOSÉ LUIZ EGYDIO SETÚBAL
Sabará Hospital Infantil
Pensi Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil
Autismo e Realidade

    Cadastre-se na nossa newsletter

    Cadastre-se abaixo para receber nossas comunicações. Você pode se descadastrar a qualquer momento.

    Ao informar meus dados, eu concordo com a Política de Privacidade de Instituto PENSI.