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Mais uma irresponsabilidade de um governo irresponsável
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Mais uma irresponsabilidade de um governo irresponsável

Mais uma irresponsabilidade de um governo irresponsável

26/10/2022
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Em mais uma investida absurda do governo de Jair Bolsonaro contra a vacinação infantil, o Ministério da Saúde contrariou a orientação da sua própria câmara técnica de assessoramento ao indicar a vacina contra a covid-19 apenas para bebês com comorbidades. Os próprios integrantes da câmara técnica – formado por especialista do tema, além de membros do Ministério e de Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde – confirmam que a vacina foi recomendada para todos os bebês com idade entre seis meses e quatro anos, e não só para aqueles com algum fator de risco, como ocorre em todos países do mundo. O prior é que a informação foi reforçada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no dia 17 de outubro.

Enquanto isso, em média, uma criança com menos de cinco anos morre de covid-19 a cada dois dias no Brasil. Atualmente, os pequenos brasileiros desta faixa etária representam 9% do total de internações pela doença. Mas nosso presidente insiste na mentira ao afirmar que as crianças não morrem por covid-19. “A molecada não sofre com o vírus… Tanto é que você viu um moleque morrer de vírus por aí? Alguém conhece algum filho de alguém que morreu de vírus? Não tem”, disse ele, em mais uma de suas frases lamentáveis e insensíveis.

A vacina da Pfizer para crianças de seis meses a quatro anos foi liberada pela Anvisa em 16 de setembro, sem restrições, após análise técnica de dados e estudos clínicos conduzidos pelo laboratório. O processo contou com a consulta e o acompanhamento de especialistas da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, da Sociedade Brasileira de Infectologia, da Sociedade Brasileira de Imunologia e da Sociedade Brasileira de Pediatria.

A vacina impede a manifestação das formas graves e boa parte dos óbitos, mas, ainda assim, o vírus continua circulando e essas crianças continuam muito vulneráveis. Parte do público infantil segue sem nenhuma vacina contra a covid-19 disponível nos postos de saúde. Hoje, no Brasil, temos doses da Coronavac para crianças a partir dos três anos e da Pfizer para a faixa etária de cinco a 11 anos, pois o Ministério da Saúde liberou essa vacina para as crianças de seis meses a quatro anos após seis meses de liberação pela Anvisa.

O Brasil possui cerca de 13 milhões de crianças entre seis meses e quatro anos e, de acordo com o esquema vacinal previsto para esse público, serão necessárias três doses, chegando a um total de 39 milhões de doses. Porém, como as crianças entre três e cinco anos também podem ser vacinadas com a Coronavac, o número de doses necessárias da vacina da Pfizer cairia para 21 milhões, segundo estimativas de técnicos do ministério.

A vacinação de crianças contra o coronavírus foi alvo de ataques do presidente Bolsonaro durante a pandemia e chegou a ser desestimulada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em dezembro de 2021, quando a Anvisa deu aval para a aplicação da vacina em crianças a partir dos cinco anos, o presidente insinuou haver “interesses” da agência na decisão e pediu a divulgação do nome dos envolvidos, o que desencadeou uma onda de ameaças e ataques contra seus técnicos e diretores.

Recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria, e pelas academias americanas e europeia, ela é uma vacina segura que já foi aplicada em milhões de crianças pelo mundo afora. Atitudes como essa do nosso presidente, do nosso ministro e do próprio Ministério da Saúde são de uma irresponsabilidade enorme, que só corrobora com a desinformação e aumenta o temor que a população tem em vacinar as crianças contra a covid-19, que continua por aí e matando, sobretudo os pequenos. E é ainda pior quando esse temor, em efeito de onda, se espalha para as outras vacinas, onde nossos índices estão muito baixos, não atingindo uma taxa de imunização geral de 67%, quando o ideal seria próximo de 95%.

Vejo com muita tristeza toda essa irresponsabilidade de um governo, mas também dos pais, principalmente aqueles que têm acesso à informação de qualidade e que não levam seus filhos para tomarem as doses de vacina, não especificamente de covid-19, mas de todas as outras do calendário vacinal.

As vacinas estão entre as maiores descoberta do Homem, é a melhor forma de promoção de saúde e de prevenção de doenças, seja para o indivíduo, seja para uma comunidade. Não podemos deixar de nos vacinar para o bem de nossa sociedade!

Fontes:

https://g1.globo.com/saude/coronavirus/vacinas/noticia/2022/10/16/a-cada-2-dias-1-crianca-com-menos-de-5-anos-morre-de-covid-no-brasil-grupo-esta-sem-vacina-e-governo-nao-diz-quando-tera-doses-da-pfizer.ghtml?utm_source=linkedin&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=materias

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2022/10/ministerio-contrariou-tecnicos-ao-indicar-vacina-da-covid-so-para-bebes-com-comorbidades.shtml

https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/sbp-atualiza-calendario-de-vacinacao-2022-com-inclusao-de-vacina-contra-covid-19-para-criancas-a-partir-dos-6-meses/

 Saiba mais:

https://institutopensi.org.br/a-ciencia-por-tras-das-vacinas-de-covid-19-perguntas-frequentes-para-os-pais/

https://institutopensi.org.br/gonzalo-vecina-em-defesa-das-vacinas-e-da-puericultura/

https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/vacinas-poderosa-arma-contra-as-doencas/

https://institutopensi.org.br/o-que-os-pais-devem-saber-sobre-a-vacina-de-covid-19-para-criancas-menores-de-5-anos/

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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